GATES LEARJET 25

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GATES LEARJET 24
GATES LEARJET 28
LEARJET 23

INTRODUÇÃO
Logo acima, o veterano Learjet 25, o terceiro modelo de jato executivo da fabricante Learjet, fabricado em série a partir da década de 1960. Logo abaixo, o Learjet 25 visto de outro ângulo. Ele ainda pode ser considerado uma opção bem razoável de jato executivo, inclusive com a possibilidade de ser submetido a uma variedade de upgrades e retrofits, com sistemas modernizados e atualizados, incluindo os aviônicos. Apesar da idade, ele continua sendo usado normalmente por centenas de pessoas físicas e jurídicas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Gates Learjet 25 é uma aeronave bimotor executiva de porte médio e de alta performance, com capacidade para transportar confortavelmente seis ou sete passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada, com motorização turbojato da marca General Electric, projetada para viagens interestaduais e internacionais, criada, desenvolvida e fabricada em série a partir da década de 1960 nos Estados Unidos pela então Gates Learjet, que utilizou como base para sua criação o projeto de jato executivo bimotor Learjet 24, aproveitando grande parte dos seus conceitos criados e desenvolvidos, incluindo os seus sistemas hidráulico, elétrico, eletrônico e mecânico, mas com pelo menos uma diferença significativa de projeto em relação a esse seu antecessor, a fuselagem mais comprida e, portanto, com maior capacidade de transportar passageiros.

Os principais concorrentes do Gates Learjet 25 no mercado aeronáutico mundial são os jatos executivos Cessna Citation IIMitsubishi MU-300 Diamond e Beechcraft Beechjet 400A , fabricados em série nas décadas de 1970, 1980 e 1990, dependendo do modelo.

A BOMBARDIER
Bombardier Incorporated é uma companhia multinacional de capital aberto que controla, a partir do Canadá, várias empresas que formam uma grande corporação que atua internacionalmente no ramo de fabricação de veículos para transportes aéreo e transporte ferroviário, principalmente fabricantes de aviões comerciais, aviões executivos e locomotivas e vagões para transporte de passageiros. A sede do grupo Bombardier está localizada em Montreal, na província (estado) de Quebec, no Canadá, e possui diversas subsidiárias no Canadá, nos Estados Unidos, no México e na Europa Ocidental.

Em 2016, com uma receita bruta de US$ 16 bilhões (incluindo os números de todas as suas subsidiárias, inclusive aquelas que não têm relação direta com a aviação), o grupo industrial Bombardier Incorporated esteve na terceira posição mundial no setor de indústria aeronáutica civil, logo acima de sua principal concorrente, a empresa brasileira Embraer S.A., que por sua vez encerrou 2016 com um faturamento de US$ 6,5 bilhões, ambas abaixo da europeia Airbus Group e da americana Boeing Company, as duas gigantes do setor aeroespacial. Atualmente, a Bombardier possui mais de 66.000 empregados em vários países, principalmente no Canadá, nos Estados Unidos e na Europa. Em 2015, a Bombardier Aerospace, a subsidiária do grupo Bombardier que fabrica aviões civis, incluindo comerciais e executivos, teve um faturamento de mais de US$ 11 bilhões.

Atualmente, a Bombardier Incorporated e sua irmã BRP - Bombardier Recreational Products, ambas empresas com razões sociais e composições acionárias diferentes, estão entre as maiores companhias fabricantes de veículos e motores do mundo, respectivamente, atuando principalmente no ramo aeroespacial, de transporte ferroviário de passageiros (metrôs subterrâneos, metrôs de superfície e trens de alta velocidade, inclusive) e de desportos motorizados do mundo, posição alcançada em mais de 70 anos de existência, atuando principalmente nas etapas de projeto, desenvolvimento, fabricação e venda de aeronaves para os segmentos de aviação comercial, aviação executiva e aviação utilitária, trens para transporte de passageiros e veículos para transporte sobre neve, água e terra.

Em unidades vendidas, a empresa canadense Bombardier Incorporated é, atualmente, a quarta maior fabricante de aeronaves comerciais do planeta e uma das maiores fabricantes de aeronaves executivas do mundo, e sua subsidiária mais conhecida e admirada, a americana Bombardier Learjet é uma das mais tradicionais, confiáveis e respeitadas fabricantes de jatos executivos do mundo. Comparando receitas, a Bombardier é, atualmente, um dos maiores grupos fabricantes de aeronaves do planeta, somando os números de todas as unidades da companhia, incluindo as marcas e projetos Learjet, Canadair / CRJ, CSeries / Airbus A220, Global e Challenger.

A BRP - Bombardier Recreational Products, na qual a Família Bombardier também possui uma importante participação acionária, é outra grande companhia canadense de capital aberto, separada da companhia Bombardier Incorporated. Como o próprio nome diz, a BRP - Bombardier Recreational Products (pronuncia-se Bombardiê Ricriachonal Pródâcts) fabrica veículos para transporte terrestre e aquático e pequenos motores aeronáuticos a pistão, com ênfase no ramo de produtos para desportos motorizados, incluindo os badalados quadriciclos com a marca Can-Am, as também badaladas motos aquáticas / jet skis com a marca Sea-Doo e os moto-esquis com a marca Ski-Doo, veículos para transportar pessoas e cargas sobre condições de neve, motores de popa para embarcações pequenas com a marca Evinrude e os tradicionais motores aeronáuticos a pistão com a marca Rotax.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima e logo abaixo, duas opções bastante razoáveis e até um pouco luxuosas de configurações de assentos e padrões de acabamento disponíveis para o Learjet 25, por meio de retrofits para pessoas físicas e pessoas jurídicas que já possuem esse modelo de avião e querem submetê-lo a uma reforma da cabine de passageiros. São interiores reformados do clássico Learjet 25, ambos de aspecto elegante e que deixam uma boa impressão nos passageiros. São assentos confortáveis, com design de linhas semi-retas e tons pastéis de bom gosto nos revestimentos.
O Gates Learjet 25 é uma aeronave bimotor executiva de porte médio e alta performance, com motorização turbojato, com construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com pressurização e trem de pouso triciclo retrátil, com capacidade para transportar confortavelmente seis ou sete passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada, projetada para viagens interestaduais e internacionais, criada, desenvolvida e fabricada em larga escala a partir da década de 1960 pela então Gates Learjet, conhecida atualmente como Bombardier Learjet.

Esse modelo de aeronave é um derivado direto e alongado do jatinho executivo Learjet 24, que por sua vez foi um dos primeiros modelos de aeronaves fabricadas pela Learjet Corporation. O Learjet 25 é um bem sucedido projeto de jato executivo, um clássico da aviação executiva, com um conjunto de características bem equilibradas, considerando a época em que foi fabricado.

Na década de 1960, os projetistas da Gates Learjet optaram por aproveitar o máximo possível o projeto bem sucedido de jato executivo com asas retas Learjet 24 para dar origem ao Learjet 25, no entanto com fuselagem mais comprida e com motores turbojato mais potentes, embora da mesma família General Electric GE CJ610, portanto com maior capacidade de transportar passageiros. Durante a criação e o desenvolvimento da aeronave, verificou-se que seria possível combinar uma versão mais potente dessa família de motores General Electric GE CJ610 com o alongamento da fuselagem do avião em cerca de 1,3 metro, o que resultou numa cabine com maior capacidade de transportar passageiros, embora a envergadura (comprimento total entre as duas pontas das asas) tenha sido mantida praticamente sem alteração.

Além disso, o Learjet 25 foi projetado e desenvolvido para alcançar a altitude de 13.500 metros em menos de meia hora, após a decolagem, mesmo com quatro passageiros adultos e duas crianças a bordo e tanques quase cheios. Embora hoje em dia essa performance seja comum na aviação executiva, na época era algo notável.

Na década de 1970 o Learjet 25 saía de fábrica completo para voos por instrumentos, embora ainda com os seus aviônicos formando um conjunto analógico. Na época ele já possuía o radar meteorológico, um aviônico indispensável para manter a tripulação consciente sobre as condições meteorológicas a sua frente; piloto automático; diretor de voo; dentre outros.

O Learjet 25D, por exemplo, uma versão melhorada da família Learjet 25, ainda pode ser considerado uma opção bastante razoável de aeronave executiva, nas décadas de 1970 e 1980 ele era uma das melhores opções de transporte aéreo privado disponível para usuários de altíssimo poder aquisitivo.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Logo acima, o conjunto de aviônicos analógicos da marca Collins, completo para voos por instrumentos. Na época em que foi fabricado, era uma das melhores opções de conjuntos de aviônicos disponíveis na aviação executiva. Logo abaixo, uma opção de upgrade de cockpit para o Learjet 25, com o sistema de navegação digital do tipo EFIS - Electronic Flight Instrument System, com interface disponível em telas de cristal líquido.
Durante a década de 1960, logo após o bem sucedido lançamento dos jatinhos executivos Learjet 23 e Learjet 24, dois pioneiros da aviação executiva a jato de pequeno porte, os executivos e projetistas da então fabricante Gates Learjet perceberam a demanda do mercado de aviação executiva por um modelo de jato de maior capacidade, mas preservando grande parte de suas características, entre elas a alta velocidade já alcançada naquela época. Assim, eles decidiram aproveitar a maior parte dos conceitos de estrutura e sistemas desses antecessores para dar origem ao Learjet 25, com a possibilidade de uma configuração de assentos para até sete passageiros na cabine pressurizada.

Na prática, a Gates Learjet aproveitou grande parte dos conceitos de asa e de fuselagem, a chamada célula, e de sistemas elétrico, hidráulico e eletrônico do Learjet 24, já amplamente testados e aprovados, mas acrescentando um motor mais potente, da mesma família General Electric CJ610, a versão General Electric CJ610-6, com quase 3.000 libras de potência na decolagem em cada motor, ao nível do mar e em temperatura amena. Essa motorização turbojato General Electric CJ610 do Learjet 25 é altamente confiável e bem robusta.

Alguns anos após o início da fabricação seriada do modelo original Learjet 25 a Gates Learjet introduziu no mercado versões melhoradas da família Learjet 25, entre elas o Learjet 25D, com peso máximo de decolagem aumentado e com maior alcance.

A FAMÍLIA LEARJET 25
Logo acima, o jato executivo Learjet 25 decolando em uma pista de pouso média de um aeroporto de cidade do interior. Logo abaixo, mesmo estacionado em um pátio de estacionamento de aeronaves ele causa uma boa impressão. É um clássico da aviação executiva e um ucesso de vendas, com mais de 370 unidades fabricadas, incluindo as versões para uso militar e de pesquisa científica.

Apesar de ser considerada há anos pelo meio aeronáutico uma aeronave de concepção antiga em alguns aspectos, principalmente nos aspectos da motorização turbojato e do conjunto de aviônicos analógicos, muitos proprietários pessoas físicas e pessoas jurídicas do Learjet 25 optaram nas décadas mais recentes por uma solução de modernização e atualização das unidades de Learjet 25 que ainda estão em condições de voo. Aliás, muitas unidades, centenas de aviões desse modelo ainda estão voando em países de vários continentes, é um clássico da aviação executiva.

É possível submetê-la a uma variedade de aprimoramentos, melhoramentos e atualizações, conhecidas no meio aeronáutico como retrofits e up-grades. Essas modernizações e atualizações podem fazer sentido, do ponto de vista técnico e econômico, se a aeronave ainda está em condições de voo e com menos de 10.000 horas acumuladas de célula (fuselagem e asas).

O Learjet 25 é impulsionado por dois turbojatos fabricados pela General Electric americana, o que já é um bom começo, por se tratar de uma fabricante confiável. O problema é a concepção antiga do motor General Electric CJ610, que consome mais combustível e produz mais ruído que os motores de concepção turbofan, geralmente mais modernos, com capacidade semelhante de potência ou empuxo.

Mas, por outro lado, há pelo menos alguns pontos positivos que os atuais proprietários pessoas físicas de Learjet 25, que não querem abrir mão desse modelo de avião (provavelmente por gosto pessoal, talvez conservadorismo, ou por dar-lhe valor sentimental), podem levar em consideração:
  • O motor General Electric GE 610 é potente e robusto, com TBO (tempo entre revisões gerais) bem longo, de 5.000 horas de voo, o que significa custos de manutenção por hora de voo mais baixos e menos paradas longas para revisão geral, em relação a vários outros modelos de jatos executivos da mesma capacidade e fabricados na mesma época ou na década seguinte.
  • O Learjet 25 é bem veloz, sobe rápido para níveis de 10.000 metros, ou mais, e na versão Learjet 25D tem alcance melhorado para aproximadamente 2.300 quilômetros, com cinco passageiros adultos e uma criança a bordo e com reservas de combustível.
  • Apesar da idade do projeto, o Learjet 25 tem vários aspectos positivos, incluindo freios com sistema anti-travamento, portas largas de acesso à cabine, spoilers (freios aerodinâmicos) que ajudam a reduzir a velocidade após o toque na pista.
  • Sistema de ar condicionado e ar quente para climatizar a cabine de passageiros (só funciona quando os motores estão ligados).
  • Sistema anti-ice de aquecimento para evitar formação de gelo nos bordos de ataque das asas, lembrando que quanto mais alto mais frio é.

LEARJET 25
A família Learjet 25 é composta por um modelo original, o próprio Learjet 25, e versões subsequentes, dentre elas o Learjet 25C e o Learjet 25D, ambos com maior alcance. Basicamente, em linhas gerais, todos eles são jatos bimotores pressurizados, com construção semimonocoque em alumínio e ligas metálicas, com asas baixas e com motorização turbojato, com trem de pouso retrátil, com alta velocidade de cruzeiro e bom alcance.

O Learjet 25 é o modelo original a partir do qual todos os demais membros da família Learjet 25 foram criados, incluindo o Learjet 28 que, na verdade, é um modelo diretamente derivado do Learjet 25, mas com algumas melhorias e refinamentos. O Learjet 25 representou um passo à frente em relação aos demais modelos de aeronaves executivas fabricadas na época pela Gates Learjet, principalmente pelo projeto de fuselagem mais comprida, portanto com maior capacidade de transportar passageiros, em comparação com o Learjet 23 e Learjet 24.

A família Learjet 25 conseguiu se estabelecer no mercado aeronáutico mundial, com mais de 370 unidades fabricadas, o que para os padrões da indústria aeronáutica pode ser considerado um número bem razoável, e tem o mérito de ter aberto caminho para outra família de jatos executivos, maior e mais confortável, a família Learjet 35, esta sim um grande sucesso de vendas, com mais de 730 unidades fabricadas.

O Learjet 25 é uma aeronave bem projetada e bem fabricada, com um padrão de construção exemplar, com bons materiais, fruto de uma seleção criteriosa de fornecedores de insumos, peças, partes e componentes. Ele foi projetado, desde o início, com um sistema hidráulico de boa capacidade composto por duas bombas principais e, em alguns modelos, com uma bomba auxiliar, as três com pressão entre 1.200 psi e 1.500 psi, o suficiente para o funcionamento / acionamento normal do trem de pouso, dos freios, dos flaps e dos spoilers, com uma válvula de segurança waste gate que entra em funcionamento a partir de 1.700 psi, para evitar sobrecarga no sistema.

Já o trem de pouso é composto por um conjunto triciclo, com o trem principal com duas pernas, com duas rodas em cada perna e dois discos de frenagem em cada perna, totalizando quatro discos de freios, com anti-skid ou antiderrapante, que funciona como se fosse um sistema ABS disponível em automóveis modernos. O sistema de acionamento do trem de pouso possui um backup pneumático para o caso de falha no sistema principal hidráulico.

O Learjet 25 possui um sistema elétrico composto por dois geradores de corrente contínua de 28 volts e 400 ampères, com duas baterias de 24 volts, e dois inversores de energia alternada.

O controle dos ailerons é realizado por meio de cabos e polias e o acionamento dos flaps é realizado por meio de atuadores hidráulicos. Um alerta sonoro é acionado na cabine de comando caso o piloto baixe os flaps mas esqueça de baixar o trem de pouso. A aeronave está equipada também com um sistema de alerta sonoro de estol (perda de sustentação), complementado por um vibrador de manche, ambos acionados automaticamente por meio de dois dispositivos aerodinâmicos fixados do lado externo do cockpit, um de cada lado. Caso o piloto não tome uma atitude em relação à situação de risco, um atuador automático pressiona o estabilizador horizontal para corrigir o ângulo de ataque da aeronave, baixando o nariz.

A aeronave possui um sistema de oxigênio de emergência para a cabine de passageiros suprido por uma garrafa pressurizada de oxigênio localizada no cone de cauda da aeronave, que é acionado automaticamente em caso de falha do sistema de pressurização. A cabine de comando também possui sistema de oxigênio para os pilotos e há contextos em que o seu uso é obrigatório no cockpit, mesmo que aparentemente o sistema de pressurização esteja funcionando normalmente.  

O Learjet 25 possui dois extintores de incêndio de emergência para os motores, um extintor para cada motor, ambos baseados em monobromotrifluorometano ou CF3BR, como agente químico extintor, para serem acionados pela tripulação caso as temperaturas das naceles dos motores ultrapassem 260º Celsius ou centígrados.

Todos os modelos Learjet 25 podem ser equipados com paraquedas de arrasto para aumentar a margem de segurança nas operações de pouso em pistas de comprimento limitado. O acionamento é facultativo da tripulação, em caso de risco real do sistema convencional de frenagem não conseguir parar a aeronave dentro dos limites da cabeceira oposta. Por outro lado, o fabricante recomenda o uso frequente de spoilers ou freios aerodinâmicos durante o pouso em pistas de comprimento limitado, para evitar o aquecimento excessivo dos discos de freios.

LEARJET 25D
O Learjet 25D é uma versão fabricada a partir da década de 1970, com desempenho melhorado nas decolagens e maior alcance. Esse modelo conseguiu se destacar em relação ao modelo que lhe deu origem, principalmente nos aspectos de performance e alcance, percorrendo uma distância maior em rota e com peso máximo de decolagem melhorado.

Em dias quentes, ele tem alcance de cerca de 2.800 quilômetros com dois passageiros adultos e duas crianças a bordo e alcance de cerca de 2.300 quilômetros com cinco passageiros adultos e uma criança, ou seja, lotado. Neste caso, quanto lotado, não é possível decolar com os tanques cheios, mesmo assim é alcance bastante razoável, o suficiente para decolar de Campinas, por exemplo, e viajar até Boa Vista, Macapá ou Rio Branco com uma parada de aproximadamente 30 minutos para reabastecimento em Cuiabá ou Goiânia, por exemplo.

O modelo Learjet 25D tem um tanque de combustível em cada asa, mais dois tanques de combustível extras nas pontas das asas, conhecidos também com tip-tanks, e mais um tanque de combustível isolado dentro da fuselagem, totalizando assim cinco tanques de combustível.

LEARJET 28

Gates Learjet 28 é uma aeronave bimotor executiva de porte médio e de alta performance, com capacidade para transportar confortavelmente seis ou sete passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada, com motorização turbojato da marca General Electric, projetada para viagens interestaduais e internacionais, criada, desenvolvida e fabricada em série a partir da década de 1970 nos Estados Unidos pela então Gates Learjet, que utilizou como base para sua criação o projeto de jato executivo bimotor Learjet 25, aproveitando grande parte dos seus conceitos criados e desenvolvidos, incluindo os seus sistemas hidráulico, elétrico, eletrônico e mecânico, mas com pelo menos uma diferença significativa de projeto em relação a esse seu antecessor, as asas diferentes, sem tanques de ponta de asa, os chamados tip-tanks.

Em linhas gerais, de forma resumida, o Learjet 28 é uma versão melhorada da família Learjet 25 fabricada a partir da década de 1970, com aerodinâmica superior graças à introdução de asas mais eficientes, chamadas de asas Longhorn, que, inclusive, foram aproveitadas em outros projetos de jatos executivos, como os jatos intercontinentais de médio porte Learjet 55 e Learjet 60.

Embora o Learjet 28 tenha conseguido se destacar em relação ao seu antecessor Learjet 25, graças ao seu projeto melhorado, ele não conseguiu obter êxito comercial, com apenas 10 unidades vendidas, pois na época o Learjet 35 já estava em produção seriada, com motores turbofan mais econômicos e com menor nível de ruído.

RETROFITS E UP-GRADES
Logo acima, um modelo Learjet 25 com um hush kit instalado em seus dois motores turbojatos, para diminuir os seus níveis de ruído nas operações em aeroportos centrais, cercados de bairros residenciais. Logo abaixo, o conjunto de instrumentos EFI 890 R para o Learjet 25, no formato de EFIS - Electronic Flight Instrument System, fabricado pela americana Universal Avionics.
Os aviões da marca Learjet sempre foram bem construídos, a qualidade dessa marca é reconhecida no mercado mundial de transporte aéreo executivo. Porém, pilotos e mecânicos de jatinhos fabricados pela Learjet devem adotar e desenvolver hábitos saudáveis de operação e manutenção. Os aviões das séries 20 (a primeira geração, com motores turbojato), que inclui o Learjet 23, o Learjet 24, o Learjet 25 e o Learjet 28, exigem tripulações e equipes de manutenção bem treinadas, disciplinadas e cuidadosas, principalmente em relação aos sistemas de pressurização e balanceamento (proporção equilibrada) de combustível nas asas.

Os treinamentos das tripulações de todos esses modelos citados logo acima devem focar sobretudo aspectos relacionados a aproximações, pousos e decolagens, principalmente V1, VR, VRef e comprimento de pista, que nesses modelos exigem planejamento prévio e concentração total.

Para torná-los mais dóceis, principalmente em decolagens, pousos e aproximações, reduzir o consumo de combustível, aumentar o alcance e adequá-los às novas exigências das autoridades aeronáuticas, os proprietários de jatinhos Learjet 23, Learjet 24, Learjet 25 e Learjet 28 passaram, já a partir das décadas de 1960 e 1970, a ter a opção de submetê-los a modificações realizadas pela própria Learjet e, posteriormente, por empresas independentes, incluindo as americanas Raisbeck Engineering, AvAero e Avcon, que passaram a criar e desenvolver uma variedade de programas com pacotes de melhorias baseadas em retrofits (peças introduzidas ou fixadas nas aeronaves, e outras pequenas modificações, que resultam em alterações na aerodinâmica) e up-grades (trocas ou melhorias em instrumentos e equipamentos), incluindo os programas Century III, o Softflite I e o Mark II, todos estes para melhorar a aerodinâmica e o comportamento dos aviões, e os hush kit's da AvAero e da Avcon, para diminuir o ruído dos motores a jato.

LIMITAÇÕES DE ACESSO
Em 2013, a FAA – Federal Aviation Administration, a agência reguladora do transporte aéreo nos Estados Unidos, estabeleceu novas regras de emissão de ruído para acesso de aeronaves impulsionadas por motores a jato, para uso comercial ou executivo, em todo o território americano, principalmente em grandes aeroportos de metrópoles ou cidades com aeroportos próximos ou cercados por bairros residenciais, praticamente inviabilizando a operação dos modelos originais de fábrica (sem modernizações e atualizações) Learjet 25, Learjet 23, Learjet 24 e Learjet 28 nesses locais, exatamente em razão do excesso de ruído produzido por seus motores turbojatos. Essas regras inflexíveis Stage 3 de limitação passaram a valer a partir de 2016.

Para proprietários pessoas físicas e pessoas jurídicas de Learjet 25, Learjet 23, Learjet 24 e Learjet 28 a solução passa a ser a adoção do hush kit para diminuir o ruído dos motores a jato, conhecidos também como kits de modificação de ruído. Esse dispositivo é um conjunto de peças de características isolante acústicas, fixadas ou embutidas nos motores para reduzir o ruído emitido por eles para níveis mais razoáveis.

O RVSM e o CNS / ATM são novos padrões de navegação com separação reduzida em rotas em altitudes de cruzeiro e meios eletrônicos modernizados de comunicação e monitoramento das aeronaves que circulam nos respectivos espaços aéreos das nações signatárias da ICAO. São novas regras de navegação que estão sendo adotadas e implantadas por autoridades aeronáuticas de quase todo planeta. Quando foi fabricado, o Learjet 25 ainda não estava equipado com os instrumentos de bordo necessários para esse novo tipo de navegação porque simplesmente esses novos padrões e regulamentos ainda não tinham sido criados e implantados.

A Universal Avionics e a Avcon, por exemplo, já estão disponibilizando para venda e / ou instalação aos proprietários de Learjet 25 os equipamentos necessários para fazer o up-grade do Learjet 25 para incluí-lo neste novo contexto de navegação RVSM e CNS / ATM, que passará em breve a ser obrigatório em quase todo o planeta. Os aviônicos fabricados e vendidos pela Universal Avionics formam um conjunto do tipo EFIS – Electronic Flight Instrument System, composto de três telas de cristal líquido, o EFI 890 R. Já os aviônicos Garmin instalados pela Avcon também satisfazem necessidades de modernização do Learjet 25.

A modernização de cockpit oferecida pela empresa americana Avcon inclui o Garmin GTN 750, que reúne funcionalidades de GPS, NavCom e MFD

MERCADO
Na década de 1960, a Gates Learjet tornou o seu portfólio de produtos mais competitivo com o início da fabricação em série do Learjet 25, oferecendo mais espaço interno na cabine de passageiros em relação aos modelos anteriores Learjet 23 e Learjet 24 e impulsionado por motores mais potentes, inclusive.

Entre 1967 e 1982, a Gates Learjet oferecia e fabricava em série os aviões da família Learjet 25 com alcance variando entre 2.000 quilômetros e 3.000 quilômetros, dependendo do modelo e do número de passageiros a bordo, entre outros detalhes, equipados com galley com refrigerador para bebidas, água mineral, sucos e refrigerantes. O aparelho de ar condicionado já era um item de série no Learjet 25 quando ele era fabricado.

Na década de 1970, a então Gates Learjet já planejava e já tocava o projeto de desenvolvimento do jato executivo Learjet 35, o substituto natural do Learjet 25 na linha de montagem da fabricante americana. A Gates Learjet acreditava no potencial de vendas do avião, o que de fato se concretizou com mais de 730 unidades vendidas.

A família Learjet 25 de jatos executivos pode ser considerada um sucesso de vendas devido a uma combinação de fatores como espaço interno bastante razoável para seis ou sete passageiros, alcance suficiente para viagens interestaduais e internacionais, considerando as dimensões continentais de países como Estados Unidos e Brasil, boa altitude de cruzeiro e ótima velocidade de cruzeiro, entre outras características.

A fabricante americana Bombardier Learjet é uma das maiores e mais tradicionais fabricantes de aeronaves executivas do mundo, com mais de 3.000 jatos executivos fabricados, de diversos tamanhos e modelos, desde a fundação de sua antecessora, a Learjet Corporation, em 1964. Ela foi uma das primeiras fabricantes de jatos executivos de pequeno e médio portes do mundo, e, atualmente, disputa palmo a palmo o rico mercado de jatos executivos com outras também grandes empresas do setor, entre elas a americana Textron Aviation / Cessna, a brasileira Embraer Executive Jets, a americana Gulfstream Aerospace, a francesa Dassault Falcon, a japonesa Honda Aircraft e, mais recentemente, a suíça Pilatus Aircraft.

A Bombardier Aerospace é representada no Brasil pela Líder Aviação, que também presta serviços de táxi aéreo, manutenção de aeronaves, gerenciamento de aeronaves e treinamento de tripulações.

A Gates Learjet fabricou mais de 370 unidades de aviões da família Learjet 25, a maioria ainda está operando normalmente, transportando passageiros em rotas interestaduais e internacionais, transportando pacientes em missões de transporte aeromédico e desempenhando funções militares em várias forças aéreas em vários continentes.

Segundo o RAB – Registro Aeronáutico Brasileiro, elaborado pela ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil, havia em 2017, por exemplo, um total de 20 aviões da família Learjet 25 registrados e voando no Brasil, operados por pessoas físicas e pessoas jurídicas.

O Learjet 25 é um derivado alongado do jatinho Learjet 24, também este um sucesso de vendas da Learjet nas décadas de 1960 e 1970. O Learjet 25 tem uma fuselagem mais comprida em 1,3 metro em relação ao seu irmão mais curto Learjet 24.

FICHA TÉCNICA
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

LEARJET 25D (ATUALIZADO / MODERNIZADO)
  • Capacidade: 6 ou 7 passageiros;
  • Tripulação: 1 piloto e 1 co-piloto;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 850 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 14,5 metros;
  • Envergadura: Aprox. 11 metros;
  • Altura: Aprox. 4 metros;
  • Motorização (potência / empuxo): 2 X General Electric CJ610 (2.950 libras / cada);
  • TBO (tempo entre revisões): 5.000 horas;
  • Consumo médio: Aprox. 980 litros / hora (lotado / 75% potência);
  • Consumo médio: Aprox. 0,17 litro / passageiro / km voado;
  • Peso máximo decolagem: Aprox. 6.800 kg;
  • Teto de serviço: Aprox. 13.500 metros;
  • Alcance: Aprox. 2.300 quilômetros (lotado / 75% potência / com reservas);
  • Pista de pouso: Aprox. 1.850 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Preço (no Brasil): Aprox. US$ 750 mil (usado / bom estado de conservação);

ONDE COMPRAR

A importação de unidades usadas de aviões da família Learjet 25 também é possível para compradores brasileiros. Porém, somando todos os impostos e taxas, o preço final da aeronave já nacionalizada pode sofrer um acréscimo de cerca de 30% em relação ao preço inicial no exterior.
Não é aconselhável comprar sozinho (a), sem acompanhamento, uma aeronave se não entende do assunto. É aconselhável buscar assessoria profissional especializada e confiável no Brasil para a seleção, a negociação de compra, o cumprimento de todos os trâmites burocráticos relacionados à importação e nacionalização, hangaragem, manutenção e treinamento de tripulação.

Várias empresas idôneas no Brasil oferecem esse tipo de serviço de assessoria e manutenção, entre elas a Líder Aviação e a Global Aircraft. Algumas delas oferecem também o serviço de gerenciamento de aeronaves.

No momento da avaliação das ofertas disponíveis no mercado de aeronaves usadas, quando duas ou mais estiverem em bom estado de conservação e com praticamente o mesmo preço, dê preferência para aquela que estiver com menor número de horas voadas.

SEGURANÇA DE VOO
Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas, considerando a média mundial. Entretanto, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas.

Os aviões da marca Learjet sempre foram e ainda são bem construídos, a qualidade dessa marca é reconhecida no mercado mundial de transporte aéreo executivo. Porém, pilotos e mecânicos de jatinhos fabricados pela Learjet devem adotar e desenvolver hábitos saudáveis de operação e manutenção.

Os aviões das séries 20 (a primeira geração, com motores turbojato) e da série 30 (a segunda geração, com motores turbofan) exigem tripulações e equipes de manutenção bem treinadas, disciplinadas e cuidadosas, principalmente em relação aos sistemas de pressurização e balanceamento (proporção equilibrada) de combustível nas asas.

Os modelos Learjet 55 e Learjet 60 exigem tripulações e equipes de manutenção atentas aos sistemas de frenagem, pneus e rodas.

Os treinamentos das tripulações de todos esses modelos citados logo acima devem focar sobretudo aspectos relacionados a pousos e decolagens, principalmente V1, VR, VRef e comprimento de pista, que nesses modelos exigem planejamento prévio e concentração total.

OCORRÊNCIAS GRAVES COM VÍTIMAS FATAIS
OCORRÊNCIAS
CAUSAS PREDOMINANTES
5
CFIT – Aproximação mal sucedida sob mau tempo
4
CFIT – Aproximação mal sucedida
4
Perda de controle durante treinamento
2
Cansaço / fadiga da tripulação
1
CFIT após aproximação perdida
1
Atitude excessivamente cabrada na decolagem ou subida inicial
1
Imprudência da tripulação
1
Perda de controle em CAT – Clear Air Turbulence
2
Pouso mal executado (falha humana)
1
Vazamento de combustível, seguido de explosão em voo
1
Pouso mal sucedido, causado por rajada de vento
1
Perda de controle na aproximação, em esteira de vórtice de jato comercial
1
Falta de combustível em voo (falha humana)
1
Falta de combustível, após três tentativas mal sucedidas de aproximação
1
Consumo de maconha
1
Falha estrutural do estabilizador horizontal
1
Desorientação espacial na subida inicial
1
Consumo de cocaína
1
Excesso de peso
1
Velocidade insuficiente na decolagem (falha humana)
1
Falha em um dos aviônicos durante aproximação
1
Falha dos reversores de empuxo durante o pouso, ultrapassando os limites da pista
1
Confusão na cabine, causada por falha dos instrumentos da cabine de comando





Desde a década de 1960, quando a fabricação em série dos aviões da família Learjet 25 foi iniciada, foram registradas 41 ocorrências graves com vítimas fatais nas quais eles se envolveram e / ou foram envolvidos, o equivalente a cerca de 11% do número total de aeronaves fabricadas. É um número preocupante, mas uma análise imparcial dos acidentes revela que a maioria deles não tem relação direta com a qualidade dos modelos dessa família.

Por outro lado, embora todas as unidades de Learjet 25 fabricadas nas décadas de 1960 e 1970 saíssem de fábrica completas para voos por instrumentos, conhecidos também como voos IFR – Instrument Flight Rules, uma parte delas não estava equipada com GPWS – Ground Proximity Warning System ou TAWS – Terrain Awareness and Warning System, porque não eram instrumentos obrigatórios na época. Esses dois aviônicos são recomendáveis, eles são usados na navegação e aumentam fortemente a margem de segurança durante aproximações e podem ser instalados em oficinas certificadas / homologadas pelos fabricantes e por autoridades aeronáuticas, a pedido dos proprietários dos aviões.

Não foram relacionadas e analisadas no quadro acima, as ocorrências em que as investigações são inconclusivas, ou seja, nas quais as causas delas não tenham sido identificadas.

Aqui no Brasil, é impossível falar de Learjet 25 e não lembrar do trágico acidente que vitimou a banda popular de rock Mamonas Assassinas, em 1996, na região metropolitana de São Paulo, a capital do Estado de São Paulo. Mas é um erro culpar o projeto da aeronave, pois durante as investigações ficou claro que foram várias causas predominantes, principalmente o cansaço / fadiga da tripulação, com jornada de trabalho acima do normal.

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Wikipedia (em inglês)https://en.wikipedia.org/wiki/Learjet_25
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Learjet_28
  • Wikipedia (em inglês): https://en.m.wikipedia.org/wiki/General_Electric_CJ-610
  • Bombardier (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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