AQUECIMENTO GLOBAL (CLIMATOLOGIA E ECOLOGIA)


AQUECIMENTO GLOBAL
GÁS CARBÔNICO
DIÓXIDO DE CARBONO
METANO
ÓXIDO NITROSO
EFEITO ESTUFA

INTRODUÇÃO

Na imagem animada acima, é possível perceber, com um olhar atento, a redução da cobertura de gelo flutuante do Pólo Norte do planeta em que vivemos, consequência direta do aumento da temperatura média no meio ambiente, observada sistematicamente da década de 1980 até a década de 2010. Logo abaixo, mais um exemplo de estudos que mostram o aquecimento da superfície do planeta, neste caso baseado em medições de temperaturas entre 1880 e 1980, quando já havia instrumentos confiáveis o suficiente para fazer essas medições.

O aquecimento global é o fenômeno de aumento artificial da temperatura média dos oceanos e da camada de ar logo acima da superfície terrestre do planeta Terra, causado principalmente pelas emissões humanas de gases causadores do efeito estufa, incluindo o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), consequência direta da queima de combustíveis fósseis, incluindo a gasolina, o diesel, o querosene e o gás natural. Há consenso também na comunidade científica de que existem mais alguns fatores de emissão de dióxido de carbono (conhecido também como gás carbônico) na atmosfera, entre eles aqueles decorrentes de desmatamentos e queimadas, e do uso de carvão mineral para geração de energia elétrica, ambos também considerados fatores negativos que causam o aquecimento global.

Esse aumento gradativo e artificial da temperatura média do meio ambiente vem ocorrendo desde o século XIX, quando foi iniciado o uso intensivo de combustíveis fósseis derivados de petróleo, mas há fontes seguras que afirmam que a emissão de grandes volumes de gás carbônico na atmosfera começou antes, no século XVIII, principalmente a partir da chamada Revolução Industrial, e, provavelmente, continuará por mais algum tempo no século XXI, já que há reservas abundantes de petróleo no planeta para os próximos 40 anos, ou até que novas fontes limpas e economicamente viáveis de energia em geral sejam descobertas ou inventadas, desenvolvidas e implementadas em todo ou na maior parte do planeta.

Um dos grandes desafios da humanidade neste século XXI é reduzir o consumo de combustíveis derivados de petróleo em geral, e isso tem relação direta com a necessidade de aumento da eficiência energética de veículos em geral e sistemas em geral de geração de energia elétrica. Não há dúvida de que o petróleo desempenhou e ainda desempenha um importante papel de fonte de energia para o desenvolvimento econômico e social da humanidade, mas o tempo de reinado do petróleo está com os dias contados ou, mais precisamente, com os anos ou décadas contados...

O Governo Federal Brasileiro, por exemplo, assumiu o compromisso internacional de reduzir em cerca de 37%, até o ano de 2020, as emissões de gases em geral causadores do efeito estufa, incluindo o dióxido de carbono, o óxido nitroso e o metano, que são culpados por mudanças climáticas e pelo aquecimento do planeta.

O Brasil assumiu também o compromisso de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia até o ano de 2020, investir em pesquisa e desenvolvimento de fontes alternativas de energia, a recuperação de pastagens degradadas e o melhor aproveitamento de áreas já usadas na produção agrícola, incluindo a implementação de técnicas de plantio direto na palha, implementação de técnicas de fixação biológica de nitrogênio no solo, aproveitamento de resíduos de animais para geração de energia elétrica, aumento da porcentagem da população atendida pelo tratamento de esgoto e aumento da porcentagem de reciclagem de resíduos, como o alumínio, o papel e o plástico.

A ORIGEM DO PROBLEMA

Logo acima, ilustração em inglês que agrupa os registros de aumento da temperatura média da camada inferior da atmosfera do planeta Terra nos últimos 130 anos, medida em graus Celsius. Logo abaixo, ilustração em inglês que agrupa os registros de aumento do volume de gases causadores do efeito estufa emitidos na atmosfera nos últimos 45 anos.

O chamado efeito estufa é o fenômeno artificial de isolamento térmico da atmosfera do planeta Terra causado pela presença excessiva de alguns tipos de gases na atmosfera. A expressão efeito estufa está intimamente relacionada com a expressão aquecimento global, há estudiosos que afirmam que ambas as expressões na prática querem dizer a mesma coisa. A causa do aquecimento global ou do efeito estufa é a emissão excessiva de gases provenientes da queima de combustíveis fósseis, geralmente usados pela humanidade na geração de energia elétrica e na propulsão de veículos em geral.   

Os principais gases emitidos pelo ser humano, que causam o efeito estufa no planeta Terra, são o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso, e são consequência direta de uma grande variedade de atividades humanas, incluindo a queima de combustíveis fósseis para impulsionar / tracionar veículos em geral e gerar energia elétrica, sem os quais é praticamente impossível viver bem, do desmatamento desenfreado e das queimadas. Esses gases atuam obstruindo a dissipação do calor terrestre no espaço. Os raios solares aquecem a superfície do planeta e sua atmosfera, mas a camada de gases poluentes suspensa na atmosfera dificulta a troca de calor com o espaço, que é muito frio, e dificulta também a reflexão para o espaço do excesso de raios solares que chega à superfície do planeta em que vivemos. Além disso, o metano aquece muito quando atingido pelos raios solares.

Há fontes científicas que falam também na ação negativa dos clorofluorcarbonetos (CFC's) no aquecimento global.

O declínio do gelo flutuante do Ártico, o Polo Norte do planeta Terra, é um dos sinais mais evidentes do aquecimento global.

Esse aumento na temperatura média global e a nova composição suja da atmosfera desencadeiam alterações graves em vários sistemas naturais da Terra. Afetam os mares, provocando uma discreta elevação do seu nível, provocando mudanças nas correntes marinhas e preocupantes mudanças na composição química dessa água do mar, incluindo a sua acidificação, que dificulta a sobrevivência de várias espécies de animais marinhos, principalmente as espécies mais sensíveis, e incluindo também a dessalinização e desoxigenação da água do mar.

Com o passar do tempo, caso esse problema não seja resolvido o mais rápido possível, haverá uma grave alteração em todos os ecossistemas marinhos e fluviais, com impactos na sociedade humana em larga escala, já que o ser humano é um ser biológico, portanto não é imortal, e está ou deve estar integrado à natureza, como dependente dos recursos naturais dela para viver ou sobreviver.

O aquecimento global afeta o planeta com regime irregular de chuvas, produzindo enchentes e secas mais graves e frequentes. Por exemplo: O El Niño é um fenômeno natural cuja principal característica é o aquecimento de parte do Oceano Pacífico próxima às Américas, com impactos negativos diretos sobre o clima em geral na América do Sul. Na verdade, o El Niño não é um fenômeno natural novo, calcula-se que ele existe há mais de um século, mas com o passar do tempo ele tem dado sinais de aumento de sua intensidade e, mais recentemente, sua gravidade, com suas consequências sobre o clima, com meses seguidos, sem trégua, de excesso de chuvas acompanhadas de ventos muito fortes que estamos sofrendo aqui no Brasil, nos últimos 10 anos, principalmente na Região Sul e na Região Sudeste. Esses fenômenos meteorológicos estão diretamente relacionados ao fenômeno El Niño.

O aquecimento global tende a aumentar a frequência e a intensidade de ciclones tropicais ou furacões, tufões, tornados e outros eventos meteorológicos extremos, como as fortíssimas ondas de calor, com meses seguidos de muita chuva intensa, e deve provocar a extinção de um grande número de espécies animais mais sensíveis às variações de temperatura e desestruturar ecossistemas em larga escala, e gerar, por consequência, problemas sérios para a produção de alimentos, com excesso de chuvas, por um lado, ou a falta aguda delas, por outro lado, afetando também o suprimento de água subterrânea e a produção de bens diversos para a humanidade, benefícios que dependem da estabilidade do clima e da integridade de sua biodiversidade.

Um dos maiores equívocos cometidos pela humanidade nos últimos séculos é achar que é possível alterar o equilíbrio da natureza sem nenhuma consequência a longo prazo... O aquecimento global e as suas consequências negativas serão diferentes de região para região do planeta e isso já é uma certeza científica. Somente a forma exata como cada uma dessas variações regionais de fato acontecerão ainda é difícil de determinar com precisão absoluta, mas sabe-se que nenhuma região do mundo será poupada de mudanças sérias, climáticas e ecológicas, e muitas comunidades, principalmente aquelas que vivem em sociedades mais pobres e menos desenvolvidas tecnologicamente, serão penalizadas pesadamente.

O Polo Norte é a região que está aquecendo mais rápido, verificando-se progressivo derretimento do permafrost (a camada de terra gelada mais próxima da superfície terrestre) e do gelo marinho, com temperaturas recordes. Em outras regiões, até no Brasil inclusive, haverá secas mais intensas e profunda modificação em seus biomas, com desaparecimento de espécies nativas e invasões em massa por espécies exóticas, menos sensíveis às mudanças ambientais.

Geleiras de montanhas em todo o planeta estão também em recuo acelerado, modificando seus respectivos ecossistemas e reduzindo a disponibilidade de água potável para animais e comunidades de humanos que vivem próximos dessas montanhas ou que dependem, para sobreviver, de córregos, riachos e rios derivados diretamente dessas geleiras.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

Logo acima, o ar poluído sobre Kuala Lampur, na Malásia. Além de serem as causadoras do aquecimento global, as emissões gasosas derivadas da combustão da gasolina e do diesel são também as culpadas pelo surgimento e/ou agravamento de doenças no sistema respiratório humano. Logo abaixo, imagem de satélite que mostra a poluição na China, do lado esquerdo da imagem, e a mesma região durante a quarentena imposta pelo governo local, durante a pandemia causada pelo Covid-19, do lado direito.

Mesmo que as emissões de gases estufa cessem imediatamente, a temperatura continuará a subir por mais algumas décadas, pois o efeito dos gases demora até se manifestar totalmente em escala global. É evidente que a mitigação (mudança para um modelo econômico de baixa emissão, com forte ênfase em economia de combustível e a substituição dele, sempre que possível, por fontes sustentáveis de geração de energia) não acontecerá de imediato, por isso haverá necessidade de adaptação às consequências do aquecimento. Uma vez que as consequências serão tão mais graves quanto maiores as emissões de gases estufa, é importante que já se inicie a diminuição dessas emissões, o mais rápido possível, a fim de minimizar os impactos sobre esta e as futuras gerações.

A ONU - Organização das Nações Unidas publica um relatório periódico sintetizando os estudos feitos sobre o aquecimento global em todo o mundo, através do IPCC - Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. Esses estudos têm, por motivos práticos, uma previsão de tempo para até o ano de 2100. Todavia, já se sabe também que o aquecimento e suas consequências deverão continuar por séculos adiante, e algumas consequências graves serão irreversíveis dentro dos horizontes da atual civilização humana.

Uma parte dos governos do planeta trabalha hoje com alguma disposição para evitar uma elevação da temperatura média acima de 2° Celsius ou centígrados, considerada o máximo tolerável antes de se produzirem efeitos globais em escala catastrófica. Num cenário de elevação de 4° Celsius a IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais prevê a extinção provável de até 70% de todas as espécies de animais hoje existentes, principalmente as espécies mais sensíveis, menos robustas. Se a elevação chegar ao extremo de 6° Celsius, probabilidade que não está descartada, pode-se prever, sem dúvidas, mudanças ambientais em todo o planeta em escala tal que comprometerão irremediavelmente a maior parte da vida na Terra e a desintegração dos governos nacionais devido a causas múltiplas combinadas, como a fome, epidemias e o esgotamento em larga escala dos recursos naturais, levando a civilização como hoje a conhecemos ao colapso.

Se considerarmos o futuro para além do limite de 2100, admitindo a queima de todas as reservas conhecidas de combustíveis fósseis, projeta-se aquecimento dos continentes de até 20° Celsius, eliminando a produção de grãos em quase todas as regiões agrícolas do mundo, e criando um planeta praticamente inabitável. Tal perspectiva não está descartada, uma vez que é comum no nosso planeta mudanças, de tempos em tempos, nas políticas governamentais em geral em países de democracia mais frágil ou em países liderados por governos autoritários.

Mais preocupante ainda é que há avanço nas pesquisas para usar hidrocarbonetos antes inviáveis, como as areias betuminosas do Canadá, as jazidas de petróleo do Ártico e o fraturamento hidráulico, que aumentam o risco de criação de novas fontes de gases estufa.

Já há consenso entre climatologistas / meteorologistas de que o aquecimento global já está acontecendo, já está em curso, e precisa ser contido com medidas práticas, sem demora, pois os riscos da inação, sob todos os ângulos, são altos demais. O então secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, declarou que, de todas as ameaças ambientais contemporâneas, o aquecimento global é a maior e a mais grave, em vista dos seus efeitos múltiplos e do seu impacto generalizado sobre todo o mundo, e segundo o PNUMA – Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente "há evidências alarmantes de que importantes pontos de ruptura, que levarão a mudanças irreversíveis nos ecossistemas e no sistema do clima planetário, já podem ter sido alcançados ou mesmo ultrapassados".

O Protocolo de Quioto, bem como inúmeras outras políticas e ações nacionais e internacionais, visam a redução das emissões de gases de efeito estufa. Em novembro de 2009, havia 187 países que assinaram e ratificaram o protocolo. Porém, entre as nações com os maiores PIB's do mundo, Estados Unidos e China, justamente os dois maiores PIB's do planeta, são as que mais hesitam em colocar em prática os acordos para redução de emissões já assinados por outras nações no Protocolo de Quioto. Por outro lado, as evidências do problema do aquecimento global e suas consequências têm se avolumado ano a ano. O conhecimento e as tecnologias necessários para evitar a materialização das previsões mais pessimistas já existem, e de acordo com o PNUMA – Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente "devem ser aplicados imediatamente".

TERMINOLOGIA

Logo acima, uma ilustração sintetizada que mostra as localidades do planeta Terra com maior concentração populacional e maior de consumo de energia elétrica. Na prática é uma imagem das regiões mais iluminadas do planeta, durante a noite. Logo abaixo, imagem sintetizada que mostra as regiões do planeta com a maior concentração de nebulosidade e, portanto, com mais frequência de chuvas.

A expressão aquecimento global está relacionada a um tipo específico de mudança climática à escala global. No uso comum, essa expressão se refere ao aquecimento ocorrido nas décadas recentes, devido à influência humana. A Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima usa a expressão mudança climática para denominar as mudanças causadas pelo homem, e variabilidade climática para denominar outras mudanças.

A expressão alteração climática antrópica equivale às mudanças no clima causadas pelo homem. O termo antrópico parece ser mais adequado do que antropogênico, um cognato do inglês anthropogenic, bastante usado neste assunto, inclusive em textos em português. Porém, segundo os dicionários Priberam, Aulete e Michaelis, em português, o termo antropogênico refere-se especificamente à antropogênese, à geração e reprodução humanas e às origens e desenvolvimento do homem como espécie, do grego ánthropos, homem + genesis, origem, criação, geração.

Já o termo antrópico é referente àquilo que diz respeito ou procede do ser humano e suas ações, de maneira mais genérica, do grego anthropikos, humano. O Dicionário Michaelis define o termo antrópico como "pertencente ou relativo ao homem ou ao período de existência do homem na Terra". O Dicionário Houaiss traz até mesmo, em uma de suas definições do verbete antrópico, como "relativo às modificações provocadas pelo homem no meio ambiente" — daí a preferência pelo termo antrópico, para designar as mudanças causadas pela influência humana.

HISTÓRIA DO CLIMA

Logo acima, um forte sinal visível das graves consequências do fenômeno de aquecimento global, uma evidência incontestável: Duas imagens captadas em diferentes épocas no estado norte-americano do Alaska, Essas imagens provam o desaparecimento de uma grande geleira, a Glacier McCarty, no parque nacional Kenai Fjords. Logo abaixo, uma ilustração simplificada sobre a topografia ou relevo das áreas continentais e dos leitos dos oceanos do planeta Terra, em metros.

A Terra, em sua longa história, já sofreu muitas mudanças climáticas globais de grande amplitude. Isso é demonstrado por uma série de evidências físicas e por reconstruções teóricas. Já houve épocas em que o clima era muito mais quente do que o de hoje, com vários graus Celsius ou centígrados acima da média atual, tão quente que em certos períodos o planeta deve ter ficado completamente livre de gelo. Entretanto, isso aconteceu há milhões de anos, e suas causas foram naturais. Também ocorreram vários ciclos de resfriamento importantes, conduzindo às glaciações, igualmente por causas naturais. Entre essas causas, tanto para aquecimentos como para resfriamentos, podem ser citadas mudanças na atividade vulcânica, na circulação marítima, na atividade solar, no posicionamento dos polos e na órbita planetária. A mudança significativa mais recente foi a última glaciação, que terminou em torno de 11.000 anos atrás, e projeta-se que outra mudança natural da temperatura média não aconteça antes de daqui a 30.000 anos.

Se as projeções de aumento de cerca de 5° Celsius até 2100 se confirmarem, será uma alteração inédita nos últimos 50 milhões de anos da história do planeta Terra, em particular no que diz respeito à velocidade do aquecimento.

A temperatura global aumentou em média 0,78° Celsius quando comparada às médias dos períodos 1850–1900 e 2003–2012. Esse aumento não pode ser explicado satisfatoriamente sem levarmos em conta a influência humana. A elevação na temperatura não foi, porém, linear, teve várias oscilações para mais e para menos. Variações desse tipo são naturais e esperadas, mas a tendência geral é claramente ascendente, e isso as observações têm provado. De fato, há fortes evidências indicando que o aquecimento antrópico tem sido tão grave que reverteu uma tendência natural dos últimos 5.000 anos de resfriamento do planeta. Desde 1979, as temperaturas em terra aumentaram quase duas vezes mais rápido que as temperaturas no oceano, com 0,25° Celsius por década contra 0,13° Celsius por década. As temperaturas na troposfera mais baixa aumentaram entre 0,12º Celsius e 0,22° Celsius por década desde 1979, de acordo com medições de temperatura via satélite.

O paleoclimatologista William Ruddiman argumentou que a influência humana no clima global iniciou-se por volta de 8.000 anos atrás, com o início do desmatamento florestal para o plantio e 5.000 anos atrás com o início da irrigação de arroz asiática.

TÉCNICAS PARA MEDIÇÃO DO AQUECIMENTO

DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA

Logo acima, um simples termômetro de uso residencial. Logo abaixo, uma típica estação meteorológica profissional, com instrumentos de medição mais precisos de temperatura do ar ambiente, pressão atmosférica, velocidade e direção do vento e umidade do ar. Existem instrumentos ainda mais precisos para medição da temperatura da atmosfera e dos oceanos.

A determinação da temperatura global na superfície do planeta Terra é feita a partir de dados recolhidos em terra, sobretudo em estações de medição de temperatura em municípios adequadamente localizados, e nos oceanos, por meio de navios e batitermógrafos. É feita uma seleção das estações a considerar, que são as tidas como mais confiáveis, e é feita uma correção no caso de estas se encontrarem perto de urbanizações, a fim de compensar o efeito de "ilha de calor" criado nas cidades. As tendências de todas as seções são então combinadas para se chegar ao que se entende como uma anomalia de temperatura global, o desvio apurado a partir de uma determinada temperatura média de referência.

O método de cálculo varia segundo os procedimentos de cada instituição de pesquisa. Por exemplo, no Met Office do Reino Unido, o globo é dividido em seções, como, por exemplo, quadriláteros de 5º de latitude por 5º de longitude, e é calculada uma média ponderada da temperatura mensal média das estações escolhidas em cada seção. As seções para as quais não existem dados são deixadas em branco, sem as estimar a partir das seções vizinhas, e não entram nos cálculos. A média obtida é então comparada com a referência para o período de 1961 a 1990, obtendo-se o valor da anomalia para cada mês. A partir desses valores é então calculada uma média correspondente à anomalia anual média global para cada hemisfério e, a partir destas, a anomalia global. Às vezes a acurácia e a confiabilidade dessas medições são contestadas, ou se diz que há poucos dados, mas segundo o Met Office, existem imprecisões, certamente, mas elas são muito pequenas. Mesmo utilizando-se de métodos diferentes, as várias instituições de pesquisa que calculam este dado regularmente encontram valores semelhantes ou próximos.

Desde 1979 os satélites da NASA passaram a medir a temperatura da troposfera inferior, de 1.000 metros a 8.000 metros de altitude, através da monitoração das emissões de microondas por parte das moléculas de oxigênio (O) na atmosfera. O comprimento de onda dessas moléculas está diretamente relacionado com a temperatura delas, estima-se uma precisão de medida de aproximadamente 0,01° Celsius. Não são, portanto, diretamente comparáveis à temperatura de superfície, mas a tendência de aquecimento apresentada nas séries históricas de medição de temperatura por satélites são bastante similares àquelas medidas por termômetros na superfície terrestre. Enquanto os dados de superfície da NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration mostram aquecimento de 0,154° Celsius por década, os dados da Universidade de Huntsville, no Alabama, por exemplo, tomados a partir dos satélites da NASA, indicam 0,142° Celsius no mesmo período entre 1979 e 2012.

SENSIBILIDADE CLIMÁTICA

Sabe-se que nos últimos quarenta anos houve aumentos nas concentrações de gás carbônico (CO2), óxido nitroso (N2O) e gás metano (CH4) na atmosfera terrestre, mas, por outro lado, houve uma feliz conscientização das nações sobre as emissões de gases clorofluorcarbonos, com a consequente tomada de medidas governamentais adequadas para a redução.

Mudanças nas concentrações de gases estufa, na cobertura dos solos e outros fatores interferem no equilíbrio energético do clima e provocam mudanças climáticas. Essas interferências afetam as trocas energéticas entre o Sol, a atmosfera e a superfície da Terra. O quanto um dado fator tem a capacidade de afetar este equilíbrio é a medida da sua forçante radiativa.

A sensibilidade climática, por sua vez, é como o sistema climático responde a uma certa forçante radiativa sustentada, e é definida praticamente como o quanto a temperatura média sobe em função da duplicação da quantidade de gás carbônico na atmosfera. Vários fatores podem alterar a resposta da natureza à forçante radiativa.

Por exemplo, as emissões de gases e poeira em uma grande erupção vulcânica causam maior reflexão da luz solar de volta ao espaço, provocando uma leve e temporária tendência de resfriamento do sistema climático. Variações na concentração de vapor d'água na atmosfera também alteram o equilíbrio, ou a diminuição da calota polar ártica, assim como outros fatores. Por outro lado, o metano suspenso na atmosfera, por exemplo, tem forte tendência a se aquecer quando recebe raios solares.

O primeiro estudo desse tipo data de 1896, feito pelo sueco Svante Arrhenius. Daí em diante, inúmeros outros estudos foram feitos, a partir de diversos conjuntos de dados e abordagens metodológicas, em países e épocas diferentes. Neles incluem-se tanto levantamentos empíricos, realizados a partir de dados paleoclimáticos ou medições instrumentais recentes, quanto cálculos teóricos baseados em simulações de computador, os chamados modelos climáticos. O 5º Relatório do IPCC indica uma sensibilidade climática entre 1,5º Celsius e 4,5° Celsius, se a concentração de CO2 subir para o dobro dos níveis pré-industriais, isto é, de 280 ppm para 560 ppm.

Uma elevação acima de 4° Celsius ou centígrados foi considerada improvável em quase todos os modelos do IPCC. Uma elevação maior que 6° Celsius não foi excluída mas é muito improvável, e valores abaixo de 1° Celsius são extremamente improváveis, porque a tendência atual é de aquecimento maior, já que um imenso volume de gases causadores de efeito estufa já foi emitido pela humanidade nos séculos mais recentes. Na verdade, nenhum dos cenários matemáticos é otimista quanto à perspectiva oficial de conseguirmos manter o aquecimento limitado em torno de 2° Celsius, isso se as metas oficiais de redução de emissões forem atingidas.

Em janeiro de 2013, a concentração média do CO2 atmosférico no planeta atingiu 395 ppm, e continua em ascensão. Projeções conservadoras apontam para mais de 700 ppm até o ano de 2100. A evolução negativa das emissões, mantidas como vêm se mostrando até aqui, sugerem mais de 1000 ppm até o final do século.


CONCLUSÃO



Logo acima, uma imagem forte, que sensibiliza: Crianças subnutridas em um orfanato na Nigéria, país do continente africano, na década de 1960. Há um risco sério de que a fome, que ainda hoje atinge mais de 800 milhões de pessoas no mundo, principalmente no continente africano, atinja mais vítimas caso o aquecimento global se agrave. Logo abaixo, mais uma imagem forte, para reflexão: A água se tornará mais escassa para uma parte da população mundial, principalmente a mais vulnerável e menos tecnológica.

Em 1992, grande parte dos chefes de estado mundiais na época estiveram presentes na Eco 92, importante reunião intergovernamental realizada no Rio de Janeiro, no Brasil, um encontro de líderes mundiais para tratar de questões ambientais pertinentes, porém de lá pra cá uma parte dos compromissos assumidos pelas nações naquele momento não foi cumprida. Entre as exceções de boa vontade das nações pela questão ambiental, está a necessidade de redução de emissões de gases clorofluorcarbonos, então presentes em grande parte de aparelhos refrigeradores em geral e aerossóis / sprays.

É consenso dentro da comunidade científica que os gases clorofluorcarbonos foram os principais causadores, durante o século XX, da destruição parcial na camada de ozônio que envolve e protege o planeta Terra dos raios ultravioleta emitidos pelo sol, a camada protetora na parte intermediária da atmosfera terrestre, mais precisamente na estratosfera. responsável pelo bloqueio desses raios, entre cerca 25 quilômetros e 30 quilômetros de altitude. Em excesso, os raios ultravioleta do sol podem causar câncer em humanos...

Por outro lado, nos primeiros anos da década de 2010, Estados Unidos e China emitiram anualmente, ano após ano, cerca de metade do volume total de gases nocivos causadores do efeito estufa. Os Estados Unidos, por exemplo, é um dos maiores produtores, consumidores de petróleo e gás, e um dos maiores controladores dessa indústria bilionária de hidrocarbonetos. Uma parte dos parlamentares americanos é favorável às mudanças na forma como se produz e consome energia, no sentido amplo, nos Estados Unidos, mas outra parte é excessivamente conservadora, prefere deixar tudo do jeito que está, mesmo que não esteja bom...

O fato é que sem a criação e implantação de um modelo mundial moderno e verde de consumo sustentável de energia, em escala global, haverá, no futuro, exaustão de recursos naturais e as trágicas consequências do aquecimento global. O planeta Terra não vai aguentar muito mais tempo mais de 7 bilhões de pessoas consumindo vorazmente recursos naturais, como se fossem gafanhotos, sem controle e consciência ambiental...

Por exemplo: Lixo é qualquer coisa inútil, enquanto os resíduos são coisas recicláveis, ou seja, coisas que ainda podem ser aproveitadas. No Brasil, os chamados lixões estão proibidos por lei, enquanto os aterros sanitários são permitidos, desde que se enquadrem nos padrões estabelecidos. Já a chamada logística reversa de resíduos é o processo de levar para um processamento industrial, ou reprocessamento industrial, resíduos (pilhas e baterias, por exemplo) que em outros tempos, em outras épocas, não teriam mais utilidade.

O petróleo e o gás natural são combustíveis originados a partir da decomposição de matéria orgânica, ou seja, animais e vegetais, marinhos e terrestres, que viveram no planeta em que habitamos há milhares ou, segundo cientistas e acadêmicos, há milhões de anos atrás. Na verdade, o gás natural de hoje já foi petróleo um dia, em um passado distante, mas como não foi extraído antes da crosta terrestre para ser usado como fonte de energia então se transformou em gás natural.

Isso significa que, provavelmente, as imensas reservas atuais de petróleo disponíveis para serem extraídas no planeta Terra se transformarão no futuro, daqui a milhares de anos, em gás natural, caso não sejam extraídas e consumidas agora. Teoricamente então, pelo menos, a humanidade não deveria ter tanta pressa de extrair e consumir todo o petróleo de que dispõe atualmente...

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento_global
  • SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
  • Nova Enciclopédia Ilustrada Folha - Larousse / Cambridge / Oxford / Webster
  • Jornal O Estado de São Paulo
  • Wikimedia: Imagens

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