AERO COMMANDER 500

COMMANDERS CURTOS

AERO COMMANDER 500 (PISTÃO)
AERO COMMANDER 520 (PISTÃO)
AERO COMMANDER 560 (PISTÃO)

COMMANDERS LONGOS

AERO COMMANDER 680 TURBO (PISTÃO)
ROCKWELL COMMANDER 680 (TURBOÉLICE)
ROCKWELL COMMANDER 681 (TURBOÉLICE)
ROCKWELL COMMANDER 685 (PISTÃO)
ROCKWELL COMMANDER 690 (TURBOÉLICE)
ROCKWELL COMMANDER 695 (TURBOÉLICE)

INTRODUÇÃO
Logo acima, um dos modelos de fuselagem alongada da família Aero Commander 500, o Aero Commander 680, com motor a pistão e asas altas. Uma das mais vendidas séries de aviões bimotores para uso executivo. Logo abaixo, imagem do interior retrofitado (reformado) do mesmo avião, com assentos em club seat, isto é, frente a frente, totalizando até oito lugares para sete passageiros e um piloto.
A família Aero Commander 500 é uma clássica série de modelos de aeronaves bimotoras a pistão e turboélice de pequeno porte, com os primeiros modelos a pistão criados a partir da década de 1940, desenvolvidos e fabricados em larga escala nos Estados Unidos, a partir da década de 1950, pela Aero Commander e, posteriormente, a partir da década de 1960, com os primeiros modelos com motorização turboélice criados, desenvolvidos e fabricados também nos Estados Unidos, também pela Aero Commander, mas já como uma subsidiária da Rockwell Standard, que anos mais tarde passou a para formar o conglomerado gigante americano Rockwell International.

Todos os modelos de aeronaves dessa família são de construção convencional em alumínio e ligas metálicas nas fuselagens e nas asas altas, com trens de pouso retráteis e caudas convencionais, com um conveniente corredor central na cabine de passageiros e com capacidade para transportar com razoável conforto um ou dois pilotos e de quatro até sete ou oito passageiros, dependendo do modelo e da configuração de assentos adotada, em viagens intermunicipais e interestaduais, em rotas domésticas.

Nas décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980, as principais concorrentes da Aero Commander / Rockwell Commander no mercado mundial de aviões bimotores leves a pistão e turboélice eram as americanas Beech Aircraft / Beechcraft Corporation e Cessna Aircraft, ambas fundidas em 2014 e conhecidas atualmente como Textron Aviation; a também americana Piper Aircraft, uma das mais tradicionais do planeta; a brasileira Embraer, com o Embraer EMB-121 Xingu; a britânica Britten Norman, com o bimotor a pistão Britten Norman BN-2 Islander; e a japonesa Mitsubishi, com o bimotor turboélice Mitsubishi MU-2.

A AERO COMMANDER
Logo acima, o pequeno bimotor a pistão Aero Commander 500, com asas altas. Logo abaixo, imagem do interior retrofitado (reformado) do pequeno avião, com assentos em club seat, isto é, frente a frente, totalizando até sete lugares, para seis passageiros e um piloto. É possível solicitar um retrofit da cabine de passageiros, com acabamento melhorado.
A Aero Design and Engineering foi uma empresa de criação e desenvolvimento de aeronaves leves fundada em 1944 pelo engenheiro Ted Smith e seus colegas de trabalho contratados da Douglas Aircraft. Em 1950, a empresa foi renomeada para Aero Commander e um dos seus primeiros produtos, fabricado em larga escala, foi o bimotor a pistão para uso executivo Aero Commander 520. Assim, a Aero Commander se tornou uma grande empresa de fabricação de aeronaves leves, despertando a atenção de outras grandes corporações da indústria aeronáutica e aeroespacial da época. A empresa foi então vendida em 1958 para a Rockwell Standard, que decidiu dar continuidade aos projetos de aviões bimotores e monomotores leves da Aero Commander.

Essa grande empresa fabricante de aeronaves foi comprada em 1981 pela também americana Gulfstream Aerospace, que decidiu encerrar a fabricação da família Aero Commander 500 em 1986.

A Rockwell International, por sua vez, foi um grande conglomerado americano de alta tecnologia aeronáutica, alta tecnologia aeroespacial e de defesa; tecnologia mecânica para veículos de transporte de cargas, incluindo caminhões; tecnologia de automação industrial; e componentes e aparelhos eletrônicos diversos; entre outras áreas de atuação. Ela foi fundada em 1973 pelo empresário americano Willard Rockwell, durante um processo de fusão de várias empresas de tecnologia.

Esse conglomerado já foi um dos maiores do mundo, com receita anual de mais de US$ 27 bilhões na década de 1990, com ativos de mais de US$ 8 bilhões e 115 mil empregados. Ele deixou de existir oficialmente em 2001, tendo sido divido em várias empresas e cada uma delas sendo vendida para outras empresas ou com ações pulverizadas no mercado, dependendo de cada caso, e/ou com suas divisões de pesquisa e desenvolvimento também sendo vendidas.

Entre as compradoras de empresas e divisões que faziam parte da Rockwell International estavam a Boeing Company, que adquiriu a North American Aviation e Rocketdyne, esta uma fabricante de foguetes; e a British Taire & Ruber, que adquiriu a Rockwell Manufacturing; entre outras compradoras. Entre as empresas que tiveram seu capital aberto estão a Rockwell Automation e a Rockwell Collins, esta uma respeitada fabricante de aviônicos (aparelhos eletrônicos instalados em aeronaves), bem conhecida no meio aeronáutico, recentemente adquirida por uma também gigante da indústria aeronáutica, a United Technologies, dos Estados Unidos, esta, por sua vez, proprietária da fabricante de motores canadense Pratt & Whitney e da fabricante de hélices Hamilton Standard.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Logo acima e logo abaixo, uma das principais e mais marcantes características das versões de fuselagem comprida da família Aero Commander 500, o formato externo levemente conservador, com linhas semi-retas, e a fuselagem bem próxima do chão, com uma porta ampla, o que facilita a operação aeromédica e a introdução de carga aérea.
Os aviões Aero Commander e Rockwell Commander são de construção convencional em alumínio e ligas metálicas das fuselagens e das asas, todos eles com asas altas e com trens de pouso retráteis fixados nas asas, com capacidade para transportar com razoável conforto um ou dois pilotos e de quatro até sete passageiros, nos modelos a pistão, e até oito passageiros nos modelos turboélice, em viagens intermunicipais e interestaduais (rotas domésticas). A flexibilidade operacional para pousar e decolar em pistas de pouso curtas e sem pavimentação é uma das principais características desses modelos e, provavelmente, uma das explicações para o seu relativo sucesso no mercado mundial de aviões leves para transporte de passageiros e de carga.

O perfil de operação dos aviões da família Aero Commander é de uso moderado. O Rockwell Commander 681 com motorização turboélice, por exemplo, foi projetado para operar a partir de pistas de pouso de fazendas e/ou aeroclubes com pistas de apenas 1.300 metros de comprimento, mesmo em dias quentes e com seis passageiros a bordo. Com os tanques quase cheios e um obstáculo próximo da cabeceira oposta, uma árvore ou poste, por exemplo, são necessários 200 metros adicionais, só para garantir uma margem extra de segurança e a tranquilidade da operação.

Muitas unidades desses modelos turboélice ainda estão voando normalmente, transportando passageiros e/ou cargas. Esses modelos de aviões são tratados com carinho pelos seus proprietários, a maioria deles já solicitou retrofits e upgrades para tornar as viagens mais confortáveis e seguras. São várias opções disponíveis em oficinas homologadas, entre elas o sistema de auto-ignição; o ar condicionado a gás freon; o Garmin GNS-430, este uma combinação de vários instrumentos, com GPS, COM, NAV e moving map; a homologação RVSM; o TCAS King KMH-880; o Bendix RDR-2000, este um radar meteorológico; o BF Goodrich WX-500, este um stormscope; o Garmin GTX-327, este um transponder; e os assentos em couro e/ou tecidos finos, neste caso dependendo do gosto do cliente.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Logo acima, uma das versões alongadas da família Aero Commander 500, o clássico bimotor turboélice Rockwell Commander 681, conhecido também como Rockwell Turbo Commander. Aeronave com boa performance, uma das mais vendidas séries de aviões bimotores. Logo abaixo, imagem da cabine de passageiros também reformada do mesmo avião, com corredor central e capacidade para até sete passageiros.
A americana Aero Commander foi uma grande empresa de criação, desenvolvimento e fabricação de aeronaves leves a pistão e turboélice para uso civil e militar, criada na década de 1940 por um grupo de engenheiros aeronáuticos contratados da fabricante americana de aviões Douglas Aircraft, que utilizavam suas horas vagas em projetos próprios de aviões que não competiam diretamente com o seu empregador.

Essa empresa foi comprada em 1958 pela Rockwell Standard, que decidiu dar continuidade aos projetos de criação, desenvolvimento e fabricação de novos integrantes da família Aero Commander 500, com versões de capacidade aumentada, inclusive, com fuselagem alongada, com a introdução de motores turboélice da fabricante americana Garrett AiResearch, mais potentes que os motores a pistão disponíveis para tracionar modelos da mesma família.

O Rockwell Commander 681, por exemplo, conhecido também como Rockwell Turbo Commander e Rockwell Hawk Commander, foi fabricado a partir de 1968. Ele é um dos integrantes da família Aero Commander 500, a série de aviões bimotores de pequeno porte da Rockwell Standard, com motorização turboélice Garrett TPE-331, com potências de 500 shp até 600 shp, variando de sub-versão para sub-versão, com cerca de 70 unidades fabricadas. É um modelo pressurizado de aeronave, com ar-condicionado disponível já na década de 1970, na época considerado um item de luxo.

A família de aeronaves executivas de pequeno porte Aero Commander 500, conhecida também como família Twin Commander, começou a ser fabricada em série a partir da década de 1950 e esteve entre as poucas opções de bimotores a pistão certificados disponíveis no mercado aeronáutico mundial na época. Havia poucos modelos de bimotores certificados disputando esse mercado, entre eles o Beech Twin Bonanza, o Piper PA-23 Apache, o Cessna 310 e o Cessna 320.

O primeiro modelo fabricado em série pela Aero Commander foi o bimotor a pistão Aero Commander 520, que pode ser operado por um ou dois pilotos (piloto e co-piloto), com capacidade para transportar com razoável conforto até seis passageiros, dependendo da configuração de assentos adotada. É um avião de construção convencional em alumínio e ligas metálicas, com estrutura semi-monocoque, seção de perfil semi-quadrado e trem de pouso retrátil. Ele é tracionado por dois motores Lycoming GO435, com 260 cavalos de potência em cada motor, com hélices de duas ou três pás.

Esse avião bimotor a pistão foi fabricado em Bethany, no estado norte-americano de Oklahoma, a partir de 1952. Mais de 150 unidades desse modelo foram fabricadas, número suficiente para que a fabricante Aero Commander tivesse condições financeiras de dar continuidade aos programas de desenvolvimento dos produtos sub-sequentes, com os lançamentos de novas versões, todas elas derivadas do modelo original, entre elas o Aero Commander U4, conhecido por ter sido escolhido pelos militares americanos para transportar o então presidente Dwight Eisenhower em viagens curtas, dentro dos Estados Unidos, entre 1956 e 1960. Foi o menor avião Air Force One da Casa Branca em toda a história, um bimotor a pistão com apenas quatro assentos para passageiros, mais dois assentos para tripulação.

Aero Commander U4 é o nome militar oficial do modelo civil Aero Commander 500 modificado para uso militar. Algumas dezenas de unidades de Aero Commander U4 foram usadas pela USAF – United States Air Force, a Força Aérea dos Estados Unidos, em missões variadas, e mais algumas dezenas foram usadas pelo US Army - United States Army, o Exército dos Estados Unidos, também para missões variadas. Atualmente, esses aviões ainda são usados pela Guarda Costeira dos Estados Unidos.

Entre as principais diferenças conceituais dos modelos da família Aero Commander 500 estão os comprimentos das fuselagens, as envergaduras e as motorizações a pistão Lycoming GO-435 aspirada, Lycoming GO-480 e Lycoming IGO-540 aspirada dos modelos curtos da família, entre eles o Aero Commander 520 e o Aero Commander 560, as motorizações a pistão Lycoming GSO-480 turbo e Lycoming IGSO-540 turbo dos modelos longos da família, entre eles o Aero Commander 680. Os modelos turboélice da família, mais longos, são tracionados pela turbina Garrett TPE331, com potências variando de 500 shp até 600 shp, dependendo da versão.

A FAMÍLIA COMMANDER 500

AERO COMMANDER 520
Esse modelo de avião foi fabricado nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960 pela Aero Commander. É o modelo original da família, a partir do qual todas as demais versões foram fabricadas. Ele é tracionado por dois motores Lycoming GO-435 aspirados, com 260 hp (cada) disponíveis na decolagem e hélices de duas ou três pás. Com um olhar atento percebe-se a fuselagem próxima do solo, uma característica de toda a família.

É uma aeronave clássica, mas diversas modernizações e atualizações, conhecidas no meio aeronáutico como retrofits e upgrades, podem ser solicitadas às oficinas homologadas por autoridades aeronáuticas e fabricantes, inclusive no Brasil. Aos eventuais compradores do modelo original Aero Commander 520 é possível solicitar às oficinas homologadas e certificadas por autoridades aeronáuticas e pelo fabricante a modernização ou atualização do cockpit com a instalação de aviônicos para melhorar as operações, incluindo o GPS - Global Positioning System, o stormscope e o TCAS - Traffic Collision Avoidance System. Esses aviônicos são indispensáveis para viagens tranquilas e seguras, sem surpresas desagradáveis durante os voos.

Mais de 150 unidades desse modelo de avião foram fabricadas, a maior parte ainda está em condições de voo, embora muitas delas precisem mesmo passar por modernizações e atualizações para se tornar mais seguras.

AERO COMMANDER 560

Esse avião também foi fabricado nos Estados Unidos pela Aero Commander nas décadas de 1950 e 1960. Essa versão é tracionada por dois motores Lycoming GO-480 aspirados, com 270 hp (cada) disponíveis na decolagem e hélices de duas ou três pás. Com um olhar atento percebe-se que ele é semelhante ao seu irmão Aero Commander 520, exceto pelos motores mais potentes.

Várias sub-versões do Aero Commander 560 foram fabricadas, com várias mudanças e melhorias, entre elas trens de pouso melhorados, refinamentos aerodinâmicos, com 20 centímetros a mais de comprimento de fuselagem, melhorias no sistema hidráulico, envergadura um pouco maior e aumento do peso máximo de decolagem.

Mais de 270 unidades de Aero Commander 560 e suas sub-versões foram fabricadas. É uma das mais bem vendidas versões da família. Recomenda-se também retrofits e upgrades para tornar mais seguras as operações.

AERO COMMANDER 500
O Aero Commander 500 foi fabricado nas décadas de 1960 e 1970. Ele é tracionado por dois motores Lycoming O-540 de 250 hp (cada) disponíveis na decolagem. É um avião homologado para operações por instrumentos, mas recomenda-se também modernizações e atualizações nos sistemas para torná-lo mais seguro.

Mais de 780 unidades foram fabricadas, incluindo várias sub-versões com várias melhorias, entre elas motores Lycoming IO-470 com injeção direta de combustível, com 260 hp, motores Lycoming IRL-IO-540, com 290 hp, motores Lycoming IO-540, também com 290 hp, entre outras melhorias.

AERO COMMANDER 680 (PISTÃO)
Esse modelo de avião também foi fabricado nos Estados Unidos pela Aero Commander / Rockwell Commander nas décadas de 1960 e 1970. Essa versão alongada da família é tracionada por dois motores Lycoming GSO-480 com turbo, com 340 hp (cada) e hélices de três pás. Com um olhar atento percebe-se a fuselagem mais comprida e, portanto, mais confortável e com maior capacidade que as fuselagens de seus irmãos menores.

Várias sub-versões também foram fabricadas, com várias melhorias, entre elas os motores Lycoming IGSO-540, com turbo e com injeção de combustível, com 380 hp (cada), e os trens de pouso melhorados. Uma sub-versão pressurizada também foi fabricada, o Aero Commander 680FL, conhecida também como Grand Commander.

Cerca de 700 unidades do Aero Commander 680 tracionadas por motores a pistão foram construídas, a maioria ainda está em condições de voo, mas também é recomendável retrofits e upgrades para tornar mais seguras as operações.

ROCKWELL COMMANDER 680 (TURBOÉLICE)
Esse avião também foi fabricado nos Estados Unidos pela Aero Commander / Rockwell Commander nas décadas de 1960 e 1970. Essa versão alongada da família é tracionada por dois motores turboélice Garrett TPE331, com potências que variam de 500 hp até 600 hp na decolagem, dependendo da versão ou sub-versão, com hélices de três pás Hartzell.

Todo conforto e tecnologia tem um preço, é óbvio então que os modelos Rockwell Commander 680 novos, com motorização turboélice e pressurização de cabine, foram vendidos por preços mais altos que os preços de seus irmãos Aero Commander 680 tracionados por motores a pistão e sem pressurização. Talvez por isso a versão Rockwell Commander 680 turboélice tenha vendido menos que seu irmão mais barato, digamos, com cerca de 130 unidades fabricadas, incluindo as várias sub-versões.

As primeiras versões das turbinas Garrett TPE331 possuem um período de TBO - Time Between Overhaul de 3.600 horas de voo. Esse é o tempo entre as revisões gerais, isto é, o tempo de utilização efetiva do motor, pela aeronave, até chegar à obrigatoriedade de uma manutenção completa em oficinas homologadas e certificadas por autoridades aeronáuticas e pelo fabricante, o que leva, em média, dois meses.

ROCKWELL COMMANDER 681
Esse avião foi fabricado nos Estados Unidos pela Aero Commander / Rockwell Commander nas décadas de 1970 e 1980. Essa versão alongada da família também é tracionada por dois motores turboélice Garrett TPE331, com com potências variando entre 500 e 600 hp (cada) disponíveis na decolagem e hélices de três pás, dependendo da versão ou sub-versão. Com um olhar atento percebe-se a fuselagem semelhante ao do seu irmão Rockwell Commander 680 com motorização turboélice.

Várias sub-versões também foram fabricadas, com várias melhorias, entre elas trens de pouso melhorados, sistema de pressurização melhorado e a introdução do ar condicionado. Mais de 70 unidades foram fabricadas, incluindo as sub-versões.

ROCKWELL COMMANDER 690
Esse avião também foi fabricado nos Estados Unidos pela Aero Commander / Rockwell Commander nas décadas de 1970 e 1980. Essa versão alongada da família também é tracionada por dois motores turboélice Garrett TPE331, com com potências variando entre 500 e 600 hp (cada) disponíveis na decolagem e hélices de três pás, dependendo da versão ou sub-versão. A fabricante deu um passo a frente com a fabricação dessa versão, com teto de serviço mais alto, melhoria do sistema de degelo das asas, peso máximo de decolagem maior e a introdução do sistema de aquecimento do pára-brisa.

Várias sub-versões também foram fabricadas, com várias melhorias, entre elas trens de pouso melhorados, sistema de pressurização melhorado e a introdução do ar condicionado. Quase 720 unidades foram fabricadas, incluindo as sub-versões.

MERCADO
Logo acima e logo abaixo, os cockpits modernizados ou atualizados do Aero Commander 500 e do Rockwell Commander 680. A instalação de um conjunto mais moderno de aviônicos é uma contribuição para a segurança de voo, ajudando a reduzir diretamente o número de acidentes.
Mais de 3.200 unidades de aviões da família Aero Commander 500 foram vendidas ao longo de 36 anos, aproximadamente, um sucesso vendas, sem dúvida, para os padrões do mercado aeronáutico. Esse sucesso de vendas dos bimotores da família Aero Commander 500, em suas mais variadas versões e sub-versões, pode ser explicado, pelo menos em parte, pela flexibilidade de pousar e decolar em pistas de pouso curtas e sem pavimentação.

Pela capacidade de pousar e decolar em pistas sem pavimentação, os aviões da família Aero Commander 500 são usados por agropecuaristas e agricultores de muitos países, incluindo o Brasil, como meio de transporte para visitas às suas fazendas e também por empresários e executivos para visitas às filiais de empresas, fornecedores e revendedores.

A fabricação de toda a família Aero Commander 500 foi encerrada pela Gulfstream Aerospace em 1986, que decidiu focar suas instalações industriais para a fabricação de sofisticados jatos executivos de médio porte. Em 1989, a Gulfstream Aerospace vendeu todos os certificados, os direitos de fabricação, os desenhos e as máquinas e equipamentos utilizados na fabricação da família Aero Commander 500 para a Precision Corporation. Atualmente, esses bens relacionados à fabricação da família Aero Commander 500 são propriedade da Firstmark Corporation. Até o momento, não há sinais de que ela pretenda voltar a fabricar algum dias versões modernizadas de alguns desses modelos de aeronaves.

Mas não é impossível que alguns desses modelos de aviões voltem a ser fabricados, basta citar o exemplo da Viking Air, que adquiriu da fabricante canadense Bombardier Incorporated os direitos de fabricação dos aviões bimotores turboélice semi-utilitários de asas altas de Havilland Canada DHC-6 Twin Other e de Havilland Canada DHC-2 Turbo Beaver, disponíveis para venda também no Brasil.

Os principais concorrentes da família Aero Commander 500 são o bimotor a pistão Beechcraft Baron, o bimotor a pistão Piper Navajo, o bimotor a pistão Britten Norman BN-2 Islander, o bimotor turboélice Beechcraft King Air, o bimotor turboélice Embraer EMB-121 Xingu, o bimotor turboélice Piper Cheyenne, e o bimotor turboélice Mitsubishi MU-2.

A maioria dos aviões novos da família Aero Commander foi vendida naquelas décadas para clientes em países de primeiro mundo, incluindo Estados Unidos, Canadá e países que formam a Europa Ocidental. Essa família de aviões teve uma presença discreta na América do Sul, com algumas dezenas voando no Brasil, inclusive. Uma das clientes lançadoras do pequeno Aero Commander 520 no Brasil foi a Líder Aviação, atualmente uma grande empresa de táxi-aéreo e de manutenção de aeronaves.

A tendência é que as versões fabricadas nas décadas de 1950, 1960 e 1970, com preços de aquisição mais baixos, sejam vendidas para clientes em países da América do Sul e da África. Mas é possível submeter esses aviões a retrofits e upgrades de sistemas para torná-los mais adequados para o transporte aéreo de passageiros.

Segundo o RAB - Registro Aeronáutico Brasileiro, havia, em 2017, mais de 90 unidades de aviões da família Aero Commander 500 voando no Brasil, a maioria delas operada por indústrias, agroindústrias, empresas de táxi-aéreo e fazendeiros.

SEGURANÇA DE VOO

Estatisticamente, em números aproximados, a aviação comercial e a aviação executiva são os meios de transporte mais seguros que existem, com cerca de três acidentes graves com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas, considerando a média mundial. Entretanto, se forem levados em consideração apenas os números de países desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, países da Europa Ocidental, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália, os números de acidentes para cada um milhão de viagens são ainda menores, na média cerca de um acidente grave com vítimas fatais para cada um milhão de viagens realizadas.

Os aviões da série Aero Commander 500 tracionados por motores a pistão e turboélice estão voando há mais de 60 anos e há mais de 40 anos, respectivamente. Foram mais de 3.200 unidades vendidas ao longo de 36 anos em produção seriada. É uma das famílias de bimotores a pistão e turboélice mais bem vendidas da história da aviação, sendo bem aceita também no mercado brasileiro, com algumas dezenas de unidades registradas aqui e atualmente em operação, principalmente no transporte intermunicipal e interestadual de brasileiros, em rotas domésticas.

Foram mais de 780 unidades fabricadas do bimotor a pistão de fuselagem curta Aero Commander 500, mais de 700 unidades do bimotor a pistão de fuselagem longa Aero Commander 680 e cerca de 670 unidades fabricadas dos bimotores turboélice de fuselagem longa Rockwell Commander 680 e Rockwell Commander 690, somando os números de vendas desses dois modelos.

Como não há número suficiente de aviões Aero Commander 500, Aero Commander 680, Rockwell Commander 680 e Rockwell Commander 690 registrados no mercado brasileiro para realizar uma pesquisa por amostragem das principais causas de acidentes graves com vítimas fatais em que esses modelos se envolveram e / ou foram envolvidos, foi necessário realizar o levantamento sobre os aviões de matrícula americana, aliás o principal mercado mundial de aviação geral.

Como a aviação geral brasileira também tem bom nível de segurança, quase o mesmo nível que a aviação geral americana, essa análise por amostragem do mercado americano permitirá que o leitor / internauta brasileiro tenha pelo menos uma noção básica sobre o comportamento desses aviões da família Aero Commander 500:

ACIDENTES GRAVES COM VÍTIMAS FATAIS (COMMANDER 500 PISTÃO)
ACIDENTES
CAUSAS PREDOMINANTES
6
Imprudência, negligência e / ou imperícia do piloto
6
CFIT – Aproximação mal sucedida
5
Incapacidade e / ou inexperiência do piloto
4
Mau tempo em voo de cruzeiro
4
Falha em um dos motores
3
Falha de manutenção
3
Cansaço e / ou sonolência do piloto
3
Perda de controle durante treinamento
2
CFIT – Aproximação mal sucedida sob mau tempo
2
Formação de gelo nas asas
2
Piloto embriagado
1
Falha estrutural
1
Vazamento de combustível em voo
1
Perda em voo da tampa do tanque, com vazamento
1
Pistão abastecido com combustível de jato
1
Consumo de maconha
1
Volume de combustível insuficiente para o voo
1
Falha do sistema de combustível
1
Falha do giroscópio

Considerando todas as 780 unidades de série fabricadas e vendidas para clientes de várias partes do planeta, o bimotor a pistão Aero Commander 500 e suas mais variadas sub-versões se envolveram e/ou foram envolvidos em 111 acidentes graves com vítimas fatais, o equivalente a cerca de 14% do número total de aeronaves fabricadas. É um número preocupante, mas uma análise criteriosa desses dados revela que na maioria dos acidentes, na maioria dos casos, não há relação direta com a qualidade do projeto e com a qualidade de fabricação.

O levantamento estatístico tomou uma amostragem de 48 acidentes graves com vítimas fatais ocorridos em território americano, com aeronaves de matrícula americana. Não foram levados em consideração neste cálculo os casos com investigações com resultados inconclusivos e os casos com investigações ainda não concluídas, entre mais algumas exceções.

Observou-se durante esta pesquisa vários casos em que os operadores não conseguiram manter o controle da aeronave após a falha de funcionamento e/ou perda de potência de um dos motores, o que mostra um problema sério de treinamento insuficiente em aviões bimotores nesses casos... Num desses casos, o piloto sequer tomou iniciativa de embandeirar a hélice do motor inoperante, algo óbvio para qualquer piloto bem orientado...

ACIDENTES GRAVES COM VÍTIMAS FATAIS (COMMANDER 680 PISTÃO)
ACIDENTES
CAUSAS PREDOMINANTES
5
Falha em um dos motores
3
Piloto sem habilitação e treinamento adequados
2
CFIT – Aproximação mal sucedida
2
Falha na manutenção
1
Dano estrutural causado por turbulência
1
Desorientação espacial do piloto
1
CFIT – Aproximação mal sucedida sob mau tempo
1
Mau tempo em voo de cruzeiro
1
Formação de gelo nas asas
1
Combustível insuficiente para o voo / falha humana
1
Falha estrutural
1
Negligência, imprudência e / ou imperícia do piloto

Considerando todas as 700 unidades de série fabricadas e vendidas para clientes de várias partes do planeta, o bimotor a pistão Aero Commander 680 e suas mais variadas sub-versões se envolveram e/ou foram envolvidos em 37 acidentes graves com vítimas fatais, o equivalente a cerca de 5% do número total de aeronaves fabricadas.

O levantamento estatístico levou em consideração 32 acidentes graves com vítimas fatais ocorridos em várias partes do planeta, com aeronaves de várias nacionalidades. Não foram levados em consideração neste cálculo os casos com investigações com resultados inconclusivos e os casos com investigações ainda não concluídas, entre mais algumas exceções.

Observou-se também durante esta pesquisa vários casos em que os operadores não conseguiram manter o controle da aeronave após a falha de funcionamento e/ou perda de potência de um dos motores, o que também mostra um problema sério de treinamento insuficiente em aviões bimotores nesses casos...

ACIDENTES GRAVES COM VÍTIMAS FATAIS (ROCKWELL 690 TURBOÉLICE)
ACIDENTES
CAUSAS PREDOMINANTES
5
Mau tempo em voo de cruzeiro
5
CFIT – Aproximação mal sucedida
3
CFIT – Aproximação mal sucedida sob mau tempo
2
Desorientação espacial do piloto / falha humana
2
Perda de controle durante teste de stol, sem passageiros a bordo
2
Incapacidade e / ou inexperiência do piloto
2
Formação de gelo nas asas
2
Colisão de tráfego / falha humana
1
Excesso de peso / falha humana
1
Colisão com pássaros na aproximação
1
Limite estrutural / aerodinâmico do projeto excedido
1
Piloto embriagado
1
Negligência, imprudência e / ou imperícia do piloto
1
Cansaço e / ou sonolência do piloto
1
Mau tempo na subida
1
Infarto ou AVC no único piloto a bordo
1
Uso excessivo de medicamentos
1
CAT – Turbulência de céu claro
1
Falha dos aviônicos
1
Perda de controle na aproximação, com mau tempo
1
Perda de controle durante treinamento monomotor

Considerando as quase 720 unidades de série fabricadas e vendidas para clientes de várias partes do planeta, o bimotor turboélice Rockwell Commander 690 e suas mais variadas sub-versões se envolveram e / ou foram envolvidos em 68 acidentes graves com vítimas fatais, o equivalente a quase 10% do número total de aeronaves fabricadas.

O levantamento estatístico levou em consideração 36 acidentes graves com vítimas fatais ocorridos em território americano, com aeronaves de matrícula americana. Não foram levados em consideração neste cálculo os casos com investigações com resultados inconclusivos e os casos com investigações ainda não concluídas, entre mais algumas exceções.

FICHA TÉCNICA

AERO COMMANDER 680FL GRAND
  • Capacidade: 1 piloto, 1 co-piloto e 6 passageiros;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 320 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 12 metros;
  • Envergadura: Aprox. 16 metros;
  • Altura: Aprox. 4,5 metros;
  • Motorização (potência): 2 X Lycoming IGSO-540 turbo (380 hp / cada);
  • Hélices: Hartzell de três pás;
  • TBO (tempo entre revisões) do Lycoming: 1.800 horas;
  • Consumo médio (AVGAS): Aprox. 
  • Consumo médio (AVGAS): Aprox. 
  • Engenheiro do projeto:
  • Peso máximo decolagem: Aprox. 3.800 kg;
  • Teto de serviço: Aprox. 6.500 metros;
  • Alcance: Aprox.
  • Construção: Alumínio e ligas;
  • Pista de pouso: Aprox.
  • Preço (no exterior): Aprox. US$ 100 mil (usado / bom estado de conservação);

ROCKWELL COMMANDER 681 (TURBOÉLICE)
  • Capacidade: 1 piloto, 1 co-piloto e 6 passageiros;
  • Velocidade de cruzeiro: Aprox. 400 km / h;
  • Comprimento: Aprox. 14 metros;
  • Envergadura: Aprox. 15 metros;
  • Altura: Aprox. 4,5 metros;
  • Motorização (potência): 2 X Garrett TPE-331 (575 shp / cada);
  • Hélices: Hartzell de três pás;
  • TBO (tempo entre revisões) da Garrett: 3.600 horas;
  • Consumo médio (QAV): Aprox. 
  • Consumo médio (QAV): Aprox. 
  • Engenheiro do projeto:
  • Peso máximo decolagem: Aprox.
  • Teto de serviço: Aprox. 7.000 metros;
  • Alcance: Aprox.
  • Construção: Alumínio e ligas;
  • Pista de pouso: Aprox. 1.500 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios);
  • Preço (no exterior): Aprox. US$

TRÊS VISTAS (680 TURBOÉLICE)


ONDE COMPRAR

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Aero_Commander_500_family
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Rockwell_International
  • Wikipedia (em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Aero_Commander
  • Rockwell Commander (divulgação): Imagens
  • Wikimedia: Imagens

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