AGRONEGÓCIOS / AGRIBUSINESS (ECONOMIA)


AGRICULTURA E PECUÁRIA
AGRONEGÓCIOS / AGRIBUSINESS
INSUMOS AGROPECUÁRIOS

INTRODUÇÃO
A agricultura é a arte de cultivar a terra, é o conjunto de técnicas, atividades, conhecimentos e experiências desenvolvidas e utilizadas para cultivar vegetais com o objetivo de obter alimentos, fibras, energia, matérias-primas para fabricar roupas, medicamentos e ferramentas, para serem empregadas em construções ou apenas para contemplação estética.

A pecuária é a arte e indústria da criação de animais, principalmente gado bovino, gado ovino e gado suíno. Essas técnicas, atividades e experiências desenvolvidas e praticadas de pecuária compreendem a alimentação, a seleção, a reprodução e a higiene dos animais para obtenção de produtos de consumo humano, entre eles a carne e o leite.

A agropecuária é a teoria e prática da agricultura associada à pecuária. O termo agropecuária é a junção de partes dos substantivos agricultura e pecuária, e está relacionado às técnicas, atividades, conhecimentos e experiências de pequenos, médios e grandes produtores rurais que utilizam práticas tradicionais e/ou modernas ou inovadoras da produção agrícola combinadas com a criação de animais para produção de alimentos para consumo humano, onde o conhecimento das técnicas é repassado através de gerações ou por meio de extensão rural.

A agricultura, a pecuária e a agropecuária fazem parte do setor primário da economia.

Quem trabalha na agricultura é o agricultor ou trabalhador rural. O termo fazendeiro, sitiante, lavrador ou produtor rural se aplica ao proprietário de terras rurais em que normalmente é praticada a agricultura, a pecuária ou a agropecuária. O agricultor ou trabalhador rural é a pessoa que trabalha na zona rural, seja na condição de proprietário rural ou seja como empregado do proprietário rural ou da propriedade rural.

A pessoa que arrenda terras para cultivo também pode ser considerada produtor rural.

A Agronomia é a ciência que estuda as características das plantas e dos solos para melhorar as técnicas agrícolas, ela é o estudo das relações entre os vegetais, o solo, no qual estão fixados, e o clima dos ambientes em que estão inseridos. Já a extensão rural é o repasse ou transferência desse conhecimento e experiências acumulados pelos cientistas e pesquisadores, seja por meio de consultorias prestadas diretamente aos produtores rurais durante as visitas às suas propriedades rurais, seja por cursos presenciais ou à distância (via Internet, por exemplo) ministrados por técnicos e ou engenheiros agrônomos, ambos no papel de professores contratados por empresas privadas ou órgãos públicos ligados à atividade rural ou, simplesmente, por meio de programas de TV, rádio, jornais e revistas, em reportagens ou matérias veiculadas na mídia.

A agroindústria é a atividade econômica de industrialização do produto obtido pela atividade de agricultura, de pecuária ou de agropecuária. A agroindústria pode ser também a produção de máquinas, equipamentos e outros artigos utilizados na produção agrícola, na pecuária ou na agropecuária, entre eles fertilizantes, corretivos de solo, sementes e medicamentos. Já a agrimensura é a técnica de medição e delimitação das áreas rurais, atualmente com uso de uma variedade de tecnologias, entre elas o GPS - Global Positioning System.

Os chamados produtos agroquímicos são todos aqueles utilizados especificamente para viabilizar a produção agrícola, principalmente a produção agrícola em larga escala. Fazem parte desse grupo ou categoria de produtos os fertilizantes, que são utilizados para aumentar a produtividade, enriquecendo o solo com nutrientes; os pesticidas, herbicidas e fungicidas, usados para eliminar ou controlar os agentes causadores de danos às safras, incluindo insetos, ervas daninhas e fungos; os reagentes químicos usados em processos de produção da agroindústria, como produção de etanol, por exemplo; os produtos veterinários; e os produtos de limpeza e higiene de ambientes rurais e agroindustriais; dentre outros.

Existe uma polêmica no Brasil sobre o uso de herbicidas, fungicidas e pesticidas. Embora a preocupação de ambientalistas sobre o uso deles seja legítima e concreta, o fato é que sem eles é praticamente impossível manter a alta produtividade atual das grandes lavouras brasileiras. Uma solução, um meio termo, entre os dois pontos de vista, digamos, precisa ser encontrada.

HISTÓRIA
Pelo que se sabe, no início da civilização humana no mundo, homens e mulheres viviam em bandos e tribos, entretanto não fixos, mas nômades e errantes de acordo com a disponibilidade de alimentos, ou seja, viviam em grupos em uma determinada região, por um determinado período, consumindo os recursos naturais do local, sem a necessária reposição por meio de agricultura e pecuária. Isso significa que após o esgotamento daqueles recursos naturais, esses bandos ou tribos não tinham alternativa de sobrevivência, a única solução era abandonar o local em busca de recursos naturais em outros locais, analogamente a gafanhotos...

É bem provável que essa necessidade extrema de sobrevivência na busca de outros locais para habitar, motivada pela fome, originasse guerras entre duas tribos ou mais: A tribo já instalada há algum tempo em determinado local em que ainda havia alimentos disponíveis se sentia “ameaçada” pela tribo que chegava, ou que passava por ali em direção a outros locais, em busca de recursos naturais... Essa pode ser considerada uma das teorias antropológicas possíveis para explicar a origem do comportamento exageradamente beligerante da humanidade nos milênios passados...

Naquela época, a humanidade dependia da coleta simples de alimentos silvestres, da caça e da pesca. Tudo muito simples. Não havia técnicas de cultivo de alimentos vegetais e criação de animais, não havia criações domésticas, não havia técnicas de armazenagem e conservação de alimentos e não havia ainda as práticas de comercialização de produtos excedentes em troca de produtos necessários, porém em falta.

Mais tarde, nos séculos seguintes, a humanidade descobriu que as sementes de plantas, quando lançadas ao solo, podiam germinar, dando origem a vegetais similares, praticamente idênticos, geneticamente, com a consequente frutificação, no sentido amplo de alimentos vegetais em geral.

Certos tipos de animais, como os equinos e semelhantes, por exemplo, passaram a ser domesticados para o trabalho no local e para transporte, e outros tipos de animais, como os caprinos e ovinos, por exemplo, passaram a ser criados em cativeiro para produção de carne e leite. Esse foi o começo da agropecuária e da agricultura.

Nos tempos bíblicos, por exemplo, uma das nações mais avançadas na produção de alimentos foi o Egito, principalmente na produção de trigo, favorecido pela irrigação natural das regiões próximas do Rio Nilo, quando o rio tinha um aumento do seu nível com o consequente transbordamento de sua água. Nos meses seguintes, o nível de água do rio baixava e deixava para trás um solo molhado ou encharcado, rico em nutrientes, propício para o cultivo de trigo e outros vegetais. Hoje em dia, esse fenômeno é chamado de aluvião.

Apesar dos inúmeros vícios e maldades, manter o território egípcio sob vigilância e proteção constante era a principal preocupação legítima do faraós do Egito, os líderes daquela região naquela época... E com razão para essa preocupação, afinal o Egito era, provavelmente, a nação mais rica e tecnologicamente desenvolvida na época. As fronteiras do Egito eram intensivamente e incansavelmente vigiadas por espiões coordenados pelo governo central...

Durante milhares de anos da história da humanidade, em todo o mundo, nas Américas, da Europa, na Ásia, na Oceania e na África, as atividades agropecuárias eram pautadas pelas técnicas basicamente extrativistas, sem reposição de nutrientes e sem correção do solo, redução de acidez, por exemplo, que, aliás, é uma técnica bem mais recente da história da humanidade.

No Brasil, após o ano de 1.500 depois de Cristo, quando houve o início da colonização por Portugal, e durante os séculos seguintes, até o final do século XIX, somando aproximadamente 400 anos do domínio do reinado português, as propriedades rurais no interior do país eram quase totalmente isoladas e autossuficientes, no sentido de produção agrícola e pecuária.

Havia pouca infra-estrutura ligando os centros urbanos às propriedades rurais do interior, o que condicionava as respectivas administrações das propriedades rurais a produzir quase tudo o que precisavam para sobreviver. No Estado de Minas Gerais, por exemplo, as propriedades rurais produziam ao mesmo tempo arroz, feijão, milho, algodão, café, cana-de-açúcar para produção de rapadura, melado e açúcar mascavo, produziam também mandioca e milho para a fabricação de farinha e fubá, e assim por diante. Quase tudo o que a elite das fazendas e seus empregados precisavam para viver era produzido nas propriedades rurais. Essas pessoas viajavam para a cidade em busca somente de artigos que não eram fabricados no meio rural, como roupas e calçados, por exemplo.

No Brasil, até o início do século XX, aproximadamente 80% da população vivia na zona rural. Somente a partir das primeiras décadas do século XX, com a industrialização do país e educação da população (sim, é isso mesmo que você está lendo, antes disso o Governo Português simplesmente não queria que o Brasil tivesse escolas), deu-se início ao fenômeno de êxodo rural, ou seja, as famílias começaram a sair das propriedades rurais e passaram a viver e trabalhar nas cidades.

Ainda no Brasil, a partir da década de 1940, o fenômeno socioeconômico de êxodo rural se intensificou e assim, gradativamente, a proporção de pessoas vivendo na zona rural foi reduzida para aproximadamente 35%, mais ou menos. Nas décadas mais recentes, com os programas governamentais de reforma agrária, iniciados pelo então presidente da república Fernando Henrique Cardoso e intensificados pelo ex-presidente Lula da Silva, houve uma discreta inversão da tendência de concentração urbana, que vinha se acentuando durante o século XX.

Nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa, a partir do século XIX, foi dado início ao fenômeno socieconômico e tecnológico denominado Agricultural Revolution (pronuncia-se Égricâutiural Révoluchan), o equivalente à chamada Revolução Industrial, entretanto aquele localizado no meio rural e relacionado às produções agrícola e pecuária. Com a tradução para o português Revolução Agrícola, trata-se da introdução de novas técnicas produtivas em agricultura e pecuária, deixando de lado os métodos antigos de produção e adotando métodos modernos de produção, na forma de uma revolução ou evolução tecnológica agrária, iniciada logo depois da Revolução Industrial.

Algumas das principais mudanças nos processos produtivos agropecuários adotadas na Revolução Agrícola foi a adoção do sistema de rodízio de plantio e a alimentação animal sistemática, a introdução de máquinas e implementos agrícolas e a especialização agrícola por região, com o consequente aumento na produção por homem-hora e o aumento do volume de produção por área, com forte declínio do emprego de trabalhadores agrícolas braçais, decorrência da introdução de máquinas e métodos modernos de produção.

No Brasil, esses métodos modernos de utilização da terra e suas respectivas tecnologias da Revolução Agrícola foram introduzidos mais tarde, nas primeiras décadas do século XX, mas foram intensificados somente décadas depois.

Assim, a partir da década de 1950, as propriedades rurais brasileiras passaram a perder sua autossuficiência, ou seja, passaram a depender mais de insumos vindos de outros lugares do Brasil. Essas propriedades se especializaram em determinadas atividades, com ganho de escala e consequente aumento de rentabilidade. Elas geraram excedentes de consumo e, assim, passaram a vender esses excedentes no mercado nacional e internacional, abastecendo as cidades, que por sua vez cresciam. Essas fazendas passaram a receber informações, treinamento e orientações de instituições de pesquisa e extensão rural.

O AGRONEGÓCIO

A agricultura, a pecuária e a agropecuária são atividades rurais fortemente subordinadas ou ligadas às atividades agroindustriais e industriais, sejam estas da zona rural ou da zona urbana.

O agronegócio, conhecido também como agribusiness, em inglês, é uma característica da agricultura e da agroindústria moderna, que recebem investimentos intensivos de capitais e alta tecnologia. O agronegócio de hoje é diferente do agronegócio de ontem, ele está em constante evolução tecnológica. Faz parte do agronegócio todas as atividades de produção nas propriedades agrícolas; o armazenamento da produção, inclusive por meio de silos, no campo e/ou nas cidades; o processamento e a distribuição dos produtos agrícolas, por meio da agroindústria, também no campo e/ou nas cidades; e a distribuição dos produtos acabados e de seus derivados nas cidades, por meio de supermercados, por exemplo.

A maior parte dos produtos do agronegócio é considerada commodity, ou seja, coisas que têm valor financeiro e que podem ser graduadas e vendidas no mercado internacional, sempre em grande quantidade ou volume, como, por exemplo, milho, trigo e açúcar. De modo geral, esses produtos são negociados em bolsas de valores, como, por exemplo, a CBOT – Chicago Broad of Trade, nos Estados Unidos, que é um dos maiores e mais importantes centros de negociação (compra e venda) de produtos agrícolas e agroindustriais do mundo. Aqui no Brasil, o mais importante centro de negociações do agronegócio é a B3 / BM&F Bovespa, uma das 10 maiores e mais importantes bolsas de valores do mundo.

INSUMOS AGROPECUÁRIOS

Os fatores e/ou insumos necessários para as produções agrícola, pecuária e agroindustrial são máquinas, implementos, equipamentos, água, energia elétrica, combustíveis e lubrificantes em geral, corretivos de solo (incluindo o calcário), fertilizantes (incluindo o NPK), defensivos agrícolas (exceto na chamada produção orgânica), rações, sais minerais e produtos veterinários em geral.

MÁQUINAS E IMPLEMENTOS

As máquinas mais utilizadas na agricultura e na pecuária são os tratores e as colheitadeiras / colhedeiras ou colhedoras. Elas são definidas também como utilitários agrícolas. Para executar uma variedade de trabalhos rurais com tratores, por exemplo, são necessários os implementos agrícolas. Os implementos agrícolas não têm propulsão própria, eles são totalmente dependentes dos tratores para executar um trabalho rural. Eles são complementos dos tratores, são fixados e acoplados nos tratores por meio dos enganches e da tomada de força. A grade e a roçadeira / roçadora são exemplos de implementos fixados e acoplados nas traseiras dos tratores, já a lâmina é um exemplo de implemento fixado e acoplado na dianteira do trator, para a execução do trabalho de terraplenagem ou terraplanagem, por exemplo.

Não fazendo aqui juízo de valor, para executar trabalho rural mais pesado, incluindo o desmatamento, é comum no Brasil o uso do polêmico trator de esteira, desprezado e abominado por ambientalistas, ecologistas e climatologistas... Outro produto abominado é a motosserra... Uma analogia aqui, a faca pode ser usada para o bem ou para o mal, esse utensílio não é mau ou bom em si mesmo, depende de quem o utiliza...

ÁGUA

A água é indispensável à vida vegetal e animal. Porém, no Brasil, na prática, ela não tem sido tratada como merece... Por outro lado, entretanto, já há sinais de mudança dessa postura, com bons exemplos, inclusive, em que vários estados brasileiros já possuem legislação própria sobre o uso da água na produção agrícola e pecuária, para projetos de irrigação inclusive, para os quais são exigidas outorgas do Poder Público.

ENERGIA ELÉTRICA

Existe hoje no Brasil diferentes alternativas de fontes de energia elétrica que têm sido pouco utilizadas na agricultura e na pecuária brasileiras. Entretanto, é justamente na agroindústria da cana-de-açúcar e do etanol que se produz e se tende a produzir ainda mais uma significativa carga de energia elétrica de bioamassa, que é uma das fontes alternativas economicamente viáveis de geração de energia elétrica.

As fontes alternativas de energia elétrica no Brasil são a energia solar fotovoltaica; a energia eólica; a energia de biogás, obtida a partir da fermentação de dejetos de animais criados em cativeiro, por meio de biodigestores; e a energia térmica de biomassa, citada no parágrafo anterior. Com o passar dos anos, é bastante provável que parte dessas chamadas fontes alternativas de energia elétrica passem a ser consideradas protagonistas do setor elétrico, passando a ser tratadas como as principais fontes de energia elétrica no Brasil, principalmente a energia eólica e a energia fotovoltaica. A energia eólica, por exemplo, já é altamente eficiente na produção de energia, além de ser ecologicamente correta ou sustentável.

CORRETIVOS DE SOLOS

Os corretivos agrícolas são produtos que passaram por algum processo básico de industrialização e que servem para corrigir deficiências nos solos, para atender o objetivo de torná-los viáveis tecnicamente para a produção. Essas necessidades são identificadas ou descobertas por meio de análises laboratoriais de amostras do solo, coletadas com método.

Os calcários agrícolas são corretivos ricos em óxido de magnésio (MgO) e óxido de cálcio (CaO) e servem para diminuir a acidez do solo, ou seja, elevar o pH do solo. É isso mesmo que você está lendo, elevar o pH do solo, ou seja, quanto maior o pH menor é a acidez. Esses calcários agrícolas servem para eliminar o efeito tóxico causado às plantas pelo alumínio e corrigir deficiências de magnésio e cálcio nos solos.

O gesso agrícola tem a finalidade de corrigir a deficiência de cálcio nos solos; aumentar o tempo em que o solo mantém sua umidade durante períodos de falta ou pouca chuva, aqui no Brasil, na região Centro Oeste, por exemplo, principalmente nos meses de maio, junho, julho e agosto; a aumentar o tamanho das raízes das plantas, o que, por sua vez, as torna menos sujeitas a períodos mais longos de estiagem.

FERTILIZANTES

De modo geral, os solos brasileiros são considerados naturalmente deficientes em nutrientes para produção agrícola e pecuária, principalmente os solos do cerrado brasileiro, que é o segundo maior bioma brasileiro, presente em parte dos estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Em um contexto de agricultura e pecuária, os adubos e fertilizantes são classificados em macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são o fósforo (P), nitrogênio (N), potássio (K), enxofre (S), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). Os micronutrientes são ferro (Fe), molibdênio (Mo), cobalto (Co), manganês (Mn) e zinco (Zn).

As principais fontes conhecidas de fósforo são fosfatos naturais, superfosfatos (entre eles o simples, o diamônio e o triplo) e a farinha de ossos. As principais fontes conhecidas de nitrogênio são os compostos orgânicos (estercos), ureia, sulfato de amônio e nitratos. As principais fontes conhecidas de potássio são o cloreto de potássio e o sulfato de potássio. As principais fontes conhecidas de cálcio são os calcários agrícolas, farinha de ossos, gesso agrícola e compostos químicos. A principal fonte conhecida de magnésio são os calcários agrícolas magnesianos e dolomíticos.

PRODUTOS AGROQUÍMICOS

Os produtos agroquímicos são conhecidos também como agrotóxicos, defensivos agrícolas e biocidas. Eles são usados no Brasil para controlar e/ou eliminar ervas daninhas, pragas diversas e doenças que atacam as plantas:
  • Herbicidas: São produtos tóxicos usados no controle ou eliminação das chamadas plantas concorrentes, ou seja, plantas invasoras ou ervas daninhas. O objetivo dos produtores rurais ao usar esses produtos é viabilizar o livre crescimento da espécie de planta desejada e evitar o uso de ferramentas tradicionais, como a enxada, por exemplo, e evitar outras intervenções mecânicas. A roçadeira e o triturador são dois implementos usados para a eliminação ou controle de ervas daninhas. Na medida do possível, dê preferência a esses implementos em vez de usar herbicidas.
  • Inseticidas: São produtos tóxicos usados no controle ou eliminação de insetos, principalmente moscas, lagartas e pulgões.
  • Acaricidas: Usado no combate ou eliminação dos ácaros que atacam as plantações. Também são tóxicos.
  • Formicidas: São usados no controle ou eliminação de colônias de formigas que consomem as lavouras.
  • Fungicidas: Usados no combate ou eliminação dos fungos que atacam as plantações.
Os agrotóxicos são produtos polêmicos: Aqui no Brasil, o Ministério da Agricultura realiza um trabalho de controle e fiscalização da produção e da comercialização desses produtos... A agricultura orgânica dispensa o uso de agrotóxicos. Os produtos vegetais orgânicos têm preço mais elevado porque a sua forma de produção, que inclui o uso de inimigos naturais de insetos, lagartas, ácaros e larvas, inclusive, é quase artesanal. Entretanto, sempre que possível, é aconselhável o consumo de produtos vegetais orgânicos, porque obviamente são mais saudáveis...

Um exemplo curioso dessa forma quase artesanal de uso de predadores naturais de pragas é o da joaninha, um gracioso inseto que solto em hortas orgânicas pode servir bem ao controle natural de pulgões, cochonilhas, ácaros, moscas brancas e larvas que atacam hortaliças.

COMPOSTOS ORGÂNICOS
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Os compostos orgânicos são restos de materiais orgânicos e desejos da agricultura, da pecuária e da agroindústria, incluindo restos de plantações, folhas e talos, inclusive, incluindo estercos de animais e resíduos orgânicos e/ou refugos da agroindústria.

Precisamos nos conscientizar sobre a importância do reaproveitamento e/ou reciclagem de restos / sobras e/ou materiais orgânicos descartados pela agricultura, pela pecuária e pela agroindústria...

PRODUÇÃO AGRÍCOLA

Os principais produtos agrícolas produzidos no mundo são o milho, o trigo, a soja, o arroz e o algodão. Entre os maiores produtores mundiais de milho estão o Brasil, os Estados Unidos e a China. Entre os maiores produtores de trigo estão a China, a Índia, a Ucrânia e os Estados Unidos. Entre os maiores de arroz estão a China, a Índia, a Indonésia, o Vietnã e Bangladesh. Entre os maiores de soja estão o Brasil, os Estados Unidos, a China, a Argentina e o Paraguai. Entre os maiores de laranja estão o Brasil, os Estados Unidos, a Índia, a China e o México. Entre os maiores de café estão o Brasil, o Vietnã e a Colômbia.

É impossível falar de produção agrícola e não falar do Brasil, o País tem uma presença marcante no mercado agrícola mundial. Qualquer análise mercadológica decente e com um mínimo de credibilidade, que se faça sobre o mercado agrícola mundial, tem que levar em consideração a produção brasileira.

A Argentina também é um grande produtor de trigo. O Brasil é um grande importador de trigo da Argentina e dos Estados Unidos. A China é um grande importador de soja do Brasil.

Os tipos de agricultura praticados em países desenvolvidos e em desenvolvimento é a agricultura moderna e a agricultura de plantation. A agricultura moderna, por exemplo, é caracterizada pelo uso de sementes selecionadas; pouca mão-de-obra; uso intensivo de alta tecnologia, incluindo máquinas e equipamentos; técnicas modernas de produção, desenvolvidas pela Agronomia; e perfil empresarial e executivo da administração rural.

A agricultura dos Estados Unidos, de fato entre as mais desenvolvidas do mundo, organiza a sua produção em grandes faixas ou cinturões agrícolas, os chamados belts, em inglês; e especialização no cultivo de determinados produtos, como, por exemplo, trigo, milho, algodão e leite. Embora seja moderna e superdesenvolvida, ela ainda utiliza a mão-de-obra familiar como um dos principais pilares, um fator cultural e político de lá.

Já a agricultura de plantation (pronuncia-se plantêchan) é uma monocultura ampla com finalidades comerciais, que conta com a aplicação intensiva de capitais e tecnologia para a plantação em larga escala. Ela é um tipo tradicional de agricultura, mas ainda existe nos Estados Unidos, com agricultura fortemente subsidiada, incluindo o cinturão de trigo, por exemplo, nos estados de Ohio, Indiana, Illinois, Missouri e Iowa, entre outros exemplos. A agricultura de plantation também existe em outros países;

A chamada agricultura de precisão é uma das tecnologias atuais utilizadas na agricultura moderna e na agricultura de plantation para aumentar a produtividade agrícola, por meio do mapeamento da área plantada, indicando, por exemplo, onde é necessário corrigir o solo e/ou aplicar adubo. Essa tecnologia de produção agrícola utiliza como base o sistema de posicionamento global, o GPS – Global Positioning System, por exemplo, baseado em sensores em solo, embarcados em tratores e colheitadeiras, conectados, via ondas eletromagnéticas de rádio, aos satélites no espaço.

Outras tecnologias utilizadas por esses dois tipos de agricultura são os softwares de gestão ou controle de safras e a modificação genética de sementes, os chamados transgênicos.

PRODUTOS AGRÍCOLAS GENETICAMENTE MODIFICADOS (DÉCADA 2000)
PORCENTAGEM
PRODUTO
60% do total
Soja resistente a herbicidas
13% do total
Milho resistente a insetos
10% do total
Milho resistente a herbicidas
10% do total
Algodão resistente a herbicidas





AGRICULTURA NO BRASIL

A atual estrutura fundiária brasileira é baseada numa composição mista de grandes e médias propriedades rurais de pessoas físicas e pessoas jurídicas e pequenas propriedades rurais de pessoas físicas, neste caso a chamada agricultura familiar. A exploração agrícola brasileira e o extrativismo foram iniciados logo após o chamado descobrimento do Brasil, em 1500 depois do nascimento de Jesus Cristo, que, na verdade, foi a colonização do país por parte do Império Português. Inicialmente, essa exploração foi realizada por meio das capitanias hereditárias. Ela foi baseada em grandes propriedades rurais, de propriedade somente de amigos, simpatizantes e súditos do rei de Portugal, com monocultura de produtos destinados ao mercado externo, infelizmente à custa de mão-de-obra escrava.

O primeiro produto de alto valor comercial extraído do território brasileiro foi o pau-brasil, uma espécie de madeira nobre e elegante, atualmente ameaçada de extinção. A partir de então o território brasileiro passou a ser vítima da chamada exploração predatória de recursos naturais, de forma análoga a gafanhotos, sem regulação do Governo, até pelo contrário, incentivada pelo Império Português e tolerada pela Monarquia Independente. Não é possível afirmar que a partir do início da República Brasileira (seja ela boa ou má), em 1889, as coisas começaram a mudar, pois ela foi, na verdade, um golpe de estado apoiado por fazendeiros descontentes com a abolição da escravatura...

As coisas só começaram a mudar mesmo nas décadas mais recentes, como, por exemplo, com a criação do Novo Código Florestal, que é uma lei de proteção ambiental, a Lei 12.651 de 2012, com a obrigatoriedade de preservação de áreas naturais sensíveis, incluindo as APP’s – Áreas de Preservação Permanente e RL’s – Reservas Legais.

Nos séculos XVI e XVII a cana-de-açúcar era o produto predominante no Brasil. Séculos depois vieram o café, o algodão e o fumo, que passaram também a ser considerados protagonistas na agricultura brasileira.

Naquela época, as terras agricultáveis eram tratadas como se fossem “descartáveis”, pois não havia técnicas de correção de solo e fertilização, o que significa que depois de usadas por algum tempo, cinco ou dez anos, elas eram “deixadas de lado” e “trocadas” por outras áreas ainda virgens, não exploradas...

Somente a partir do século XX, foi desenvolvida no Brasil uma grande economia baseada na agroindústria, na indústria, na mineração, na agricultura, na pecuária e na prestação de serviços.

PRINCIPAIS PRODUTOS

Atualmente, o Brasil é um grande produtor e exportador agrícola. Ele é tanto um grande produtor para abastecer o mercado interno quanto um grande produtor para exportação. Os principais produtos agrícolas cultivados no Brasil são a soja, a cana-de-açúcar, o arroz, o algodão, o milho, a laranja, o café, a mandioca, o cacau (chocolate), a banana e, é claro, o feijão. Por outro lado, o País é um grande importado de trigo, principalmente da Argentina e dos Estados Unidos. Ele não consegue produzir mais de metade do trigo que consome, o que é um problema, pois esse cereal é vendido no mercado internacional por meio do dólar, que é uma moeda cara.

O País também é um grande produtor de produtos pecuários, incluindo o leite e as carnes.

PRINCIPAIS PRODUTOS AGRÍCOLAS BRASILEIROS
PRODUTO
ESTADOS PRODUTORES
PRODUÇÃO (TON.)
Algodão
Mato Grosso, Goiás e Bahia, dentre outros
2,5 milhões (2019)
Cana-de-açúcar
SP, PR, MT, MS, RJ, GO e estados nordestinos
600 milhões (2019)
Soja
MT, PR, RS, GO e TO, dentre outros
114 milhões (2017)
Milho
MT, GO, MG, PR, RS, SP, MS e SC
100 milhões (2019)
Feijão
PR, SP, BA e SC, dentre outros
3 milhões (2019)
Arroz
RS, GO e MG, dentre outros
10 milhões (2019)
Trigo
PR e RS
5 milhões (2019)
Café
MG, ES, SP e PR, dentre outros
56 milhões (2019)
Cacau
BA, PA e ES
2,8 bilhões (2019)
Laranja
SP, BA, SE e MG, dentre outros
15 bilhões (2019)



Fontes: Conab e Canal Rural, dentre outras

MERCADO

O comércio internacional de produtos agrícolas, baseado nas exportações e importações de commodities, não é totalmente justo. O problema está na competição desigual provocada intencionalmente pelos países desenvolvidos produtores que subsidiam a sua produção agrícola, provocando uma espécie de distorção dos preços agrícolas no comércio exterior, o que significa que nesse mercado internacional pesa também a capacidade econômica dos países produtores mais ricos, não apenas a capacidade produtiva deles, embora, verdade seja dita, a produção deles seja realmente moderna.

O subsídio, neste caso, é uma espécie de ajuda direta e/ou indireta, inclusive em dinheiro, prestada pelos respectivos governos aos produtores rurais, dentre outras práticas. Tudo ou quase tudo isso é feito dentro da legalidade, mas é questionável do ponto de vista moral.

Países em desenvolvimento, como o Brasil, por exemplo, que não têm costume, tradição, política e/ou “fôlego financeiro” suficiente para subsidiar a sua produção agrícola, precisam competir com grandes e ricos produtores agrícolas internacionais cujos governos subsidiam fortemente sua agricultura e pecuária, como Estados Unidos e Europa Ocidental, por exemplo. O curioso é que os contribuintes desses países desenvolvidos, principalmente os que moram nas cidades, não se opõem aos bilhões de dólares e euros “despejados” nesses dois setores produtivos...

E tem mais... Além de subsidiarem fortemente seus respectivos setores agrícolas, esses países ricos também praticam protecionismo por meio de barreiras contra a entrada de produtos estrangeiros em seus territórios, que têm similares produzidos localmente. Em alguns casos, esse protecionismo assume uma característica meio “disfarçada”, digamos, como, por exemplo, imposição de barreiras sanitárias para importação de produtos agrícolas e pecuários, entre outras imposições burocráticas, como cotas de importação. E fica tudo por isso mesmo, pois não há, na prática, como derrubar essas barreiras por completo. Quando algumas são derrubadas, por meio da OMC – Organização Mundial do Comércio, por exemplo, outras, ainda mais “sutis”, digamos, são levantadas, e por aí vai...

Esse é um dos motivos pelos quais as administrações federais de décadas passadas, dentre elas as de Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma Rousseff, “cansadas” de tentar vender produtos agrícolas para Estados Unidos e Europa Ocidental, por exemplo, passaram a dar prioridade a exportações agrícolas e pecuárias para países que não costumavam e não costumam impor barreiras aos produtos estrangeiros, como, por exemplo, países do Oriente Médio, Rússia, parte do Mercosul, Índia e China, esta atualmente uma das maiores compradoras de produtos agrícolas brasileiros.

A economia mundial atual é formada por blocos econômicos. Atualmente, existem vários blocos no mundo, dentre os quais estão a União Europeia, o Nafta e o Mercosul. Há uma polêmica dentro desses blocos econômicos sobre sua eficiência / eficácia e vantagem econômica. Por exemplo, o Reino Unido decidiu sair da União Europeia, parte dos produtores rurais e empresários brasileiros está descontente com o Mercosul, ou, pelo menos, não vê muita vantagem nele, e os Estados Unidos, atualmente governado pela extrema direita republicana, tem dados sinais contra o Nafta.

Por outro lado, o fato é que os blocos ainda existem e é dentro deles que as coisas acontecem. Por exemplo, a chamada Política Agrária Comum passou a ser praticada dentro da União Europeia nas últimas décadas, em que países europeus dão preferência de compra a produtos europeus vizinhos, praticam as mesmas tarifas sobre produtos agrícolas para importação e praticam preço único de produtos agrícolas dentro do bloco. Isso até parece óbvio e justificável para muitos, mas se for seguido à risca os riscos de pressões inflacionárias internas aumentam. Por exemplo, quando o Governo Americano simplesmente impede que produtos agrícolas brasileiros entrem no mercado americano por um preço mais baixo que os produtos produzidos localmente, o consumidor americano (que, curiosamente, também é contribuinte...) paga mais caro para adquirir um produto que poderia ser comprado por um preço mais baixo, se fosse importado do Brasil, e, pior ainda, “premia” com subsídios o produtor americano que lhe vende um produto mais caro...

Nos Estados Unidos, a partir de 2002, foi criada a Lei Agrícola, ou Farm Bill, em inglês, que acentuou ainda mais essas distorções na competição entre países produtores agrícolas. Os produtores rurais americanos passaram a receber, acredite, cheques do USDA – United States Department of Agriculture, em casa, para manter ou aumentar a produção, independente dela ela ser eficiente ou não.

Por exemplo, durante a década de 2000, os governos que formavam a União Europeia “despejaram”, juntos, cerca de US$ 1,5 bilhão (em valores da época) para subsidiar produtores de açúcar locais, inclusive na produção de açúcar para exportação. A produção deles é ineficiente, pois usa beterraba em vez de cana. Só pra você ter uma ideia de como isso é ruim, durante essa década de 2000 os produtores agrícolas europeus produziam uma tonelada de açúcar por quase US$ 700, enquanto Brasil, Etiópia, Senegal e Moçambique conseguiam produzir a mesma tonelada por apenas US$ 300. Graças a esses subsídios Alemanha, França e Reino Unido se tornaram alguns dos maiores produtores e exportadores mundiais de açúcar.

Além disso, a Europa Ocidental impôs uma tarifa de 140% para importação de produtos agrícolas de países de fora do bloco...

Apesar de todas essas distorções no mercado internacional de commodities agrícolas, países ricos, incluindo Estados Unidos e países da Europa Ocidental, continuam sendo grandes importadores de produtos brasileiros, portanto “brigar ou antipatizar” com eles não seria muito inteligente. É preciso ter “jogo de cintura”, digamos, para suportar tudo isso...

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA
  • Dicionário Michaelis – Consulte também a versão executiva do Michaelis
  • Dicionário Larousse
  • SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
  • Livro Fronteiras da Globalização / Lúcia Marina / Editora Ática
  • AGCO / Massey Ferguson (divulgação): Imagem
  • AGCO / Valtra (divulgação): Imagem
  • Wikimedia: Imagem

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