AMAZÔNIA


AMAZÔNIA
BACIA AMAZÔNICA
RIO AMAZONAS
FLORESTA AMAZÔNICA

INTRODUÇÃO
Logo acima, mapa da Amazônia dentro do território brasileiro, mas lembrando que ela abrange outros países também, como, por exemplo, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Colômbia, Peru e Suriname. Logo abaixo, mapa hidroviário da Bacia Amazônica, elaborado pelo Ministério dos Transportes do Brasil.
Amazônia é uma floresta latifoliada úmida que cobre a maior parte da Bacia Amazônica, na América do Sul. Essa bacia abrange 7.000.000 de km² (quilômetros quadrados), dos quais 5.500.000 de km² são cobertos por floresta tropical. Essa região inclui territórios pertencentes a nove nações. A maioria das florestas está contida dentro do Brasil, com 60 % da floresta, seguida pelo Peru, com 13 %, e com partes menores na Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

Os estados, províncias ou departamentos de quatro nações vizinhas do Brasil têm o nome de Amazonas por isso.

Conhecida também como Floresta Amazônica, Selva Amazônica, Floresta Equatorial da Amazônia, Floresta Pluvial ou Hileia Amazônica, ela representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes no planeta e compreende a maior biodiversidade em uma floresta tropical no mundo. É um dos seis grandes biomas brasileiros, ou sete biomas, segundo algumas fontes, dentre eles o Pantanal, o Cerrado, a Caatinga, a Mata Atlântica e o Pampa.

No Brasil, para efeitos de governo e economia, a Amazônia é delimitada por uma área chamada Amazônia Legal, definida a partir da criação da SUDAM - Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, em 1966. É chamado também de Amazônia o bioma que, no Brasil, ocupa 50% do território e abrange três das cinco divisões regionais do país, o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste, sendo o maior bioma terrestre do país. Uma área de 6.000.000 de hectares no centro de sua bacia hidrográfica, incluindo o Parque Nacional do Jaú, foi considerada Patrimônio da Humanidade pela ONU - Organização das Nações Unidas, no ano 2000.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Logo acima, imagem impressionante da Estação Espacial Internacional sobre a Amazônia, com grande volume de nuvens sobre seu território, algo comum nos meses úmidos. Com um olhar atento percebe-se o Rio Amazonas, do centro da imagem para o seu canto inferior direito. Logo abaixo, mais uma imagem exuberante da floresta.

A exuberante Amazônia é uma região com bioma próprio, muito rico em biodiversidade, localizada ao norte da América do Sul, que inclui toda a Bacia Amazônica, abrangendo terras do Brasil, da Guiana, da Guiana Francesa, do Suriname, da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Peru e da Bolívia. A maior parte da Amazônia está localizada dentro do Brasil. Ela é uma hiléia, ou seja, uma floresta equatorial tipicamente sul americana, bem úmida na maior parte do ano. Ela possui o equivalente a 1/3 (um terço) das florestas tropicais do planeta, com cerca de 80.000 espécies vegetais e 30.000.000 de espécies animais, segundo várias fontes.

A chamada Amazônia Legal é definida por critérios geodésicos e políticos, ocupando cerca de 50% do território brasileiro, perfazendo mais de 11.240 quilômetros de fronteiras internacionais na América do Sul e compreendendo os estados brasileiros do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso, ocupando mais de 5.000.000 km² do território brasileiro, com mais de 18.000.000 habitantes na região amazônica.

Durante a década de 1960, o território amazônico brasileiro passou a fazer parte de uma política governamental de povoamento, com incentivos para a sua exploração, inclusive. Se por um lado havia a boa intenção do Governo Federal Brasileiro de usar o povoamento da época como uma forma de desenvolvimento econômico dessa parte do território e, por consequência, de todo o país, por outro lado houve o acirramento de disputas por terras, com uma variedade de conflitos de interesses (muitos deles violentos, inclusive) e desmatamento descontrolado, irracional e predatório.

Há estudos que afirmam que o Brasil desmatou cerca de 20% da Floresta Amazônica desde a década de 1960 e cerca de 60% do Cerrado, este sendo outro importante bioma brasileiro, que, aliás, está bem ao lado da Amazônia, ocupando também uma grande parte do território brasileiro. Segundo esses estudos, houve uma redução de 60% da população de peixes, mamíferos, aves, répteis e anfíbios.

Antigamente, pensava-se que a Floresta Amazônica e outras grandes florestas do planeta emitiam oxigênio durante o dia, por meio do processo orgânico e químico de fotossíntese, e consumiam o mesmo volume ou quantidade de oxigênio durante a noite. Nos anos mais recentes, chegou-se à conclusão que, na verdade, a Floresta Amazônica e suas primas de outros continentes do planeta consomem um imenso volume de gás carbônico, com saldo positivo de emissão de oxigênio. A partir de então, os grandes oceanos do planeta deixaram de ser vistos como os únicos grandes responsáveis pelo precioso oxigênio do qual nós humanos precisamos tanto.

Há estudos que afirmam que a Floresta Amazônica consome algo entre uma e dez toneladas de gás carbônico por hectare, no período de um ano, variando conforme os meses do ano. O mesmo vale para a Floresta do Congo, na África, a Floresta Boreal ou Taiga, no Canadá e na Rússia, e para a Floresta Temperada, na China.

A Floresta Amazônica é responsável por capturar cerca de 1.000.000.000 (um bilhão) de toneladas de gás carbônico ou CO2 presente na atmosfera do planeta todos os anos. No total, é possível afirmar que todas as grandes florestas do planeta estão sequestrando algo em torno de 3.000.000 de toneladas de gás carbônico todos os anos.

ETIMOLOGIA

Logo acima, imagem aérea impressionante de uma área da Floresta Amazônica próxima à cidade de Manaus, a capital do estado do Amazonas, o maior estado brasileiro. Logo abaixo, uma imagem típica de mata ciliar de um rio da região amazônica. Se você decidir ir pra lá, passear, não esqueça de levar repelentes de insetos em spray ou loção, para passar na pele. Você vai precisar, muito.
O nome Amazônia deriva das amazonas, personagens fictícias de mulheres guerreiras da mitologia grega. Segundo a lenda, as amazonas pertenciam a uma tribo tipicamente feminista radical e fundamentalista, comandada por Hipólita, que não aceitava homens no grupo, as crianças de sexo masculino eram mortas ao nascer. Assim, o termo amazona significa a = semmazôn = centro ou sem centro, em grego.

Quando o explorador espanhol Francisco de Orellana desceu o rio em busca de ouro, descendo os Andes em 1541, deparou-se com as índias icamiabas. A belicosa vitória das icamiabas contra os invasores espanhóis foi tamanha que o fato foi narrado ao rei Carlos V de Habsburgo, o qual, inspirado nas guerreiras hititas ou amazonas, batizou o rio de Amazonas.

Amazonas é o nome dado pelos gregos às mulheres guerreiras. O nome Amazônia, no sentido de região, foi utilizado pela primeira vez em O País das Amazonas, do barão Santa Anna Néri, em 1899.

HISTÓRIA
A Floresta Amazônica provavelmente se formou durante o período Eoceno. Ela apareceu na sequência de uma redução global das temperaturas tropicais do Oceano Atlântico, quando ele tinha se alargado o suficiente para proporcionar um clima quente e úmido para a Bacia Amazônica. Segundo pesquisadores, essa floresta tropical existe por pelo menos 55.000.000 (milhões) de anos e a maior parte da região permaneceu livre por biomas do tipo savanas por, pelo menos, até a Era do Gelo, quando o clima era mais seco e as savanas mais generalizadas.

Após o evento da Extinção Cretáceo-Paleogeno, a subsequente extinção dos dinossauros e o clima mais úmido permitiram que essa floresta tropical se espalhasse naturalmente por todo o continente. Segundo pesquisadores, entre 65.000.000 e 34.000.000 de anos atrás, a floresta se estendia até o sul do Paralelo 45 S. Flutuações climáticas durante os últimos 34.000.000 de anos permitiram que as regiões de savana se expandissem para os trópicos. Durante o período Oligoceno, por exemplo, a floresta tropical atravessou a faixa relativamente estreita que ficava em sua maioria acima da latitude 15° N. Expandiu-se novamente durante o Mioceno Médio e, em seguida recolheu-se a uma formação na maior parte do interior no último máximo glacial. No entanto, a floresta ainda conseguiu prosperar durante esses períodos glaciais, permitindo a sobrevivência e a evolução de uma ampla diversidade de espécies.

Durante o Mioceno Médio, acredita-se que a bacia de drenagem da Amazônia foi dividida ao longo do meio do continente pelo Arco de Purus. A água no lado oriental fluiu para o Atlântico, enquanto a água a oeste fluiu em direção ao Pacífico através da Bacia do Amazonas. Com o crescimento do Andes, no entanto, uma grande bacia foi criada em um lago fechado, agora conhecida como a Bacia do Solimões. Dentro dos últimos 5.000.000 a 10.000.000 de anos, esta acumulação de água rompeu o Arco de Purus, juntando-se em um fluxo único em direção ao leste do Oceano Atlântico.

Segundo pesquisadores, há evidências de que houve mudanças significativas na vegetação da floresta tropical amazônica ao longo dos últimos 21.000 anos através do Último Máximo Glacial e a subsequente deglaciação. Análises de depósitos de sedimentos de paleolagos da Bacia do Amazonas indicam que a precipitação na bacia durante o Último Máximo Glacial foi menor do que a atual e isso foi quase certamente associado com uma cobertura vegetal tropical úmida reduzida na bacia.

Não há debate, no entanto, sobre quão extensa foi essa redução. Alguns cientistas argumentam que a floresta tropical foi reduzida para pequenos e isolados refugia, separados por floresta aberta e pastagens. Outros cientistas argumentam que a floresta tropical permaneceu em grande parte intacta, mas muito se estendeu muito menos para o norte, sul e leste do que é visto hoje. Este debate tem-se revelado difícil de resolver porque as limitações práticas de trabalho na floresta tropical significam que a amostragem de dados é tendenciosa de acordo com a distância do centro da bacia amazônica e ambas as explicações são razoavelmente bem apoiadas pelos dados disponíveis.

BACIA AMAZÔNICA
BACIA DO RIO AMAZONAS

A gigantesca Bacia Amazônica, conhecida também como Bacia do Rio Amazonas, envolve todo o conjunto de recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, que estão relacionados ou convergem para o Rio Amazonas, incluindo seus principais afluentes, o Rio Negro e o Rio Solimões. Essa bacia hidrográfica faz parte da região hidrográfica do Amazonas, uma das regiões hidrográficas do território brasileiro, que, por sua vez, também possui outras bacias, como a Bacia do São Francisco, a Bacia do Paraná, a Bacia do Tocantins Araguaia, a Bacia do Uruguai e a Bacia do Paraguai, por exemplo.


No caso específico da Bacia Amazônica, trata-se da maior bacia hidrográfica do mundo, com uma área total de mais de 7.000.000 de km², responsável por cerca de 1/5 (um quinto) ou 20% do fluxo fluvial total do mundo, sendo que a água que flui pelos rios amazônicos equivale a 20% de toda a água doce líquida (água não salgada) da Terra.


Essa bacia hidrográfica compreende terras de vários países da América do Sul, dentre eles o Peru, a Colômbia, o Equador, a Venezuela, a Guiana, o Suriname e a Bolívia, além, é claro, do Brasil. É a maior bacia de regime misto (pluvial e niveal) do mundo. Sendo regime pluvial, que deriva das águas das chuvas e niveal que deriva do derretimento das geleiras dos Andes.


No total, o Rio Amazonas tem mais de 7.000 afluentes e a bacia possui 25.000 quilômetros de vias navegáveis. De sua área total, cerca de 3.890.000 km² encontram-se no Brasil, ou seja, 45% do país, abrangendo os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá.


PRESENÇA HUMANA
Logo acima, geoglifos em terras desmatadas na Floresta Amazônica, no Estado do Acre, no Brasil, que se supõe terem sido feitos há cerca de 1.000 anos atrás por nativos da região. Logo abaixo, imagem recente de uma tribo contemporânea de índios da Aldeia Caxinauá, descendentes diretos de nativos da Amazônia.
Segundo pesquisadores, com base em escavações arqueológicas na Caverna da Pedra Pintada, já havia habitantes humanos estabelecidos na região amazônica há cerca de 11.000 anos atrás. O desenvolvimento posterior levou a assentamentos pré-históricos tardios ao longo da periferia da floresta em 1.250 antes do nascimento de Jesus Cristo, o que induziu a alterações na cobertura florestal.

Durante muito tempo, pensou-se que a floresta amazônica havia sido sempre pouco povoada, já que seria impossível sustentar uma grande população através da agricultura, devido à pobreza do solo da região. A arqueóloga Betty Meggers, por exemplo, foi uma importante defensora desta ideia, tal como descrito em seu livro "Amazônia: Homem e Cultura em um paraíso falsificado". Ela alegou que uma densidade populacional de 0,2 habitante por quilômetro quadrado era o máximo que poderia ser sustentado pela floresta tropical através da caça, sendo a agricultura necessária para acolher uma população maior.

No entanto, recentes descobertas antropológicas têm sugerido que a região amazônica realmente chegou a ser densamente povoada. Cerca de 5.000.000 de pessoas podem ter vivido na Amazônia no ano de 1500 d.C. (depois de Cristo), divididos entre densos assentamentos costeiros, tais como em Marajó, e moradores do interior. Em 1900 d.C., a população tinha caído para 1.000.000 e, no início dos anos 1980, era inferior a 200.000 pessoas.

O primeiro europeu a percorrer o comprimento do rio Amazonas foi o explorador espanhol Francisco de Orellana em 1542. O programa Unnatural Histories, da BBC, a rede pública de televisão inglesa, apresenta evidências de que Orellana, ao invés de exagerar em seus relatos, como se pensava anteriormente, estava correto em suas observações de que uma civilização complexa estava florescendo ao longo da Amazônia na década de 1540. Acredita-se que a civilização, mais tarde, foi devastada pela propagação de doenças virais e bacterianas provenientes da Europa, trazidas pelos imigrantes ou colonizadores, como a varíola, por exemplo.

Desde os anos 1970, vários geoglifos foram descobertos em terras desmatadas datados entre o ano 0 e 1250 d.C., impulsionando alegações sobre civilizações pré-colombianas. Alceu Ranzi, geógrafo brasileiro, é creditado pela primeira descoberta de geoglifos enquanto sobrevoava o estado do Acre. A rede BBC apresentou provas de que a Floresta Amazônica, em vez de ser uma selva virgem, foi moldada pelos humanos há pelo menos 11.000 anos, através de práticas como a jardinagem florestal e a terra preta.

A terra preta está distribuída por grandes áreas da floresta amazônica e é agora amplamente aceita como um produto resultante do manejo do solo pelos indígenas. O desenvolvimento deste solo fértil permitiu a agricultura e a silvicultura no antigo ambiente hostil, o que significa que grande parte da floresta amazônica seja, talvez, o resultado de séculos de intervenção humana, mais do que um processo natural, como havia sido previamente suposto.

Na região das tribos do Xingu, por exemplo, restos de alguns destes grandes assentamentos no meio da Floresta Amazônica foram encontrados em 2003 por Michael Heckenberger e seus colegas da Universidade da Flórida. Entre os achados, estavam evidências de estradas, pontes e praças de grande porte.

GEOGRAFIA
Logo acima, imagem de satélite da Floresta Amazônica. Logo abaixo, mapa mundial simplificado para simples comparação das principais florestas do mundo, em tons esverdeados. Na América do Sul a Floresta Amazônica, na África a Floresta do Congo. na Rússia e no Canadá a Floresta Boreal ou Taiga, na China a Floresta Temperada e na Indonésia a Floresta da Indonésia. Estas são as principais florestas do mundo.

A Amazônia é uma das três grandes florestas do mundo, uma das principais. A maior delas é a Taiga Siberiana, de clima frio, uma floresta de coníferas, isto é, árvores em forma de cones, como os pinheiros, por exemplo. Ela está localizada na Rússia e tem cerca de 10.000.000 de quilômetros quadrados.

A Floresta Amazônica possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas largas, situadas a aproximadamente 30 metros acima do solo. A maior parte de seus 5.000.000 de quilômetros quadrados, ou 42% do território brasileiro, é composta por uma floresta que nunca se alaga, em uma planície de 130 a 200 metros de altitude, formada por sedimentos do lago Belterra, que teria ocupado a Bacia Amazônica entre 1.800.000 anos e 25.000 anos atrás. Ao tempo em que os Andes se erguiam, os rios cavaram seu leito.

Na Floresta Amazônica a vegetação é tão densa que muitas vezes a luz do sol não consegue chegar por completo até o solo, não conseguindo, portanto, passar pelas copas das árvores. Isso explica, pelo menos em parte, o alto grau de umidade da floresta e o imenso volume de vapor dágua lançado na atmosfera, produzido por meio do fenômeno da evapotranspiração, este fundamental para manter equilibrado o clima nas regiões Centro Oeste e Sudeste do Brasil, com regularidade de chuvas na maior parte do ano.

Considerando todas as grandes florestas do planeta, a Amazônia possui 1/3 (um terço) do total de áreas florestais densas. O termo Amazônia Legal foi criado na década de 1960 pelo Governo Federal Brasileiro para delimitar as áreas amazônicas do território brasileiro. Ela tem níveis de vegetação, a chamada mata de igapó, permanentemente alagada, junto aos rios, com grandes árvores, com até 20 metros de altura; a mata de várzea, alagada nos meses muito úmidos, na qual estão presentes as seringueiras, a imbaúba e o cacaueiro; e a mata de terra firme, ocupando a maior parte da floresta, cerca de 75% da sua área total, com árvores que chegam a 50 metros de altura

A Amazônia faz parte de um dos sete biomas brasileiros. Além dela, há, no Brasil, o Cerrado, que ocupa parte das áreas dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Maranhão; a Caatinga, que ocupa grande parte da Região Nordeste do Brasil; a Mata Atlântica, que ocupa parte dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Paraná e Santa Catarina; os Campos Sulinos, ocupando parte do estado do Rio Grande do Sul; o Pantanal, ocupando parte dos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso; e, finalmente, o Costeiro, ocupando faixas relativamente estreitas do litoral brasileiro.

CLIMA
No Pleistoceno o clima da Amazônia alternou-se entre frio-seco, quente-úmido e quente-seco. Na última fase frio-seca, há cerca de 18.000 ou 12.000 anos, o clima amazônico era semi-árido, e o máximo de umidade ocorreu há 7.000 anos. Na fase semi-árida, predominaram as formações vegetais abertas, como cerrado e caatinga, com refúgios onde sobrevivia a floresta. Atualmente o cerrado subsiste em abrigos no interior da mata.

Atualmente, o clima na Floresta Amazônica é equatorial, quente e úmido, devido à proximidade à Linha do Equador, com a temperatura variando pouco durante o ano. As chuvas são abundantes, com as médias de precipitação anuais variando de 1.500 mm a 1.700 mm, podendo ultrapassar 3.000 mm na foz do Rio Amazonas e no litoral do Amapá. O período chuvoso dura seis meses.

A Amazônia é considerada pela comunidade científica uma peça importante para o equilíbrio climático em quase toda a América do Sul. Parte da umidade do ar (que, posteriormente, se transforma em chuva) importante para as regiões Centro Oeste, Sul e Sudeste do Brasil em vários meses do ano são justamente da Amazônia, levada pelos ventos para essas regiões. A Amazônia é importante para o equilíbrio do clima no Brasil, no Paraguai, no Uruguai e até em algumas regiões mais ao norte da Argentina.

Além disso, há outro importante aspecto ambiental e ecológico relacionado à Floresta Amazônica, o fenômeno da fotossíntese, que é um processo exclusivo dos vegetais, de modo geral, em que eles produzem seu próprio alimento a partir da combinação de água, gás carbônico e luz solar, com a consequente liberação de oxigênio durante o dia. De modo geral, as coberturas vegetais presentes na maior parte dos continentes do planeta em que vivemos contribuem para a produção do oxigênio presente na atmosfera, mas os oceanos e mares também dão sua importante parcela de contribuição na produção de oxigênio.

SOLO
O solo amazônico é pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes, mais próxima da superfície. Contudo, a flora e fauna mantêm-se viva em virtude do estado de equilíbrio atingido pelo ecossistema, pois o aproveitamento de recursos é ótimo, havendo o mínimo de perdas. Um claro exemplo está na distribuição acentuada de micorrizas pelo solo, que garantem às raízes uma absorção rápida dos nutrientes que escorrem da floresta com as chuvas. Também forma-se no solo uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais mortos, rapidamente convertidos em nutrientes e aproveitados antes da lixiviação. Tal conversão dá-se pelo fato de os fungos ali encontrados serem saprofíticos.

BIODIVERSIDADE
Logo acima, uma linda imagem: A araracanga ou arara, ave natural das regiões tropicais da América, presente também na Amazônia. Logo abaixo, a temida onça pintada, em português, ou jaguar, em inglês, animal típico da Amazônia e do Pantanal, este outro famoso ecossistema brasileiro.
De modo geral, florestas tropicais úmidas são biomas muito biodiversos e as florestas tropicais da América são consistentemente mais biodiversas do que as florestas úmidas da África e da Ásia. Com a maior extensão de floresta tropical da América, as florestas tropicais da Amazônia têm inigualável biodiversidade. Uma em cada dez espécies de animais e vegetais conhecidas no mundo vive na Floresta Amazônica. Essa constitui a maior coleção de plantas vivas e espécies animais no mundo.

A região é o lar de cerca de 2.500.000 milhões de espécies de insetos, dezenas de milhares de plantas e cerca de 2.000 aves e mamíferos. Até o momento, pelo menos 40.000 espécies de plantas, 3.000 espécies de peixes, 1.294 espécies de aves, 427 espécies de mamíferos, 428 espécies de anfíbios e 378 espécies de répteis foram classificadas cientificamente na região. Um em cada cinco de todos os pássaros no mundo vivem nas florestas tropicais da Amazônia. Os cientistas descreveram entre 96.660 e 128.843 espécies de invertebrados só no Brasil.

A diversidade de espécies de plantas é a mais alta da Terra, sendo que alguns especialistas estimam que um quilômetro quadrado amazônico pode conter centenas de tipos de vegetais. Até o momento, cerca de 438.000 espécies de plantas de interesse econômico e social têm sido registradas na região, com muitas mais ainda a serem descobertas ou catalogadas.

A área foliar verde das plantas e árvores na floresta varia em cerca de 25%, como resultado de mudanças sazonais. Essa área expande-se durante a estação seca quando a luz solar é máxima, então sofre uma abscisão durante a estação úmida nublada. Estas mudanças fornecem um balanço de carbono entre fotossíntese e respiração.

A floresta contém várias espécies que podem representar perigo. Entre as maiores criaturas predatórias estão o jacaré-açu, a onça-pintada, a suçuarana (ou puma) e a sucuri. No rio Amazonas, enguias elétricas podem produzir um choque elétrico que pode atordoar ou matar um ser humano, enquanto que as piranhas são conhecidas por morder e machucar pessoas. Várias espécies de sapos venenosos secretam toxinas lipofílicas alcalóides através de sua carne. Há também inúmeros parasitas e vetores de doenças. Os morcegos-vampiros habitam na floresta e podem espalhar o vírus da raiva. A malária, a febre amarela e a dengue também podem ser contraídas na região amazônica.

Em suas águas, também é possível observar um dos maiores peixes de água doce do mundo, o pirarucu.

A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis (15 volumes), de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX. Todavia, a diversidade de espécies e a dificuldade de acesso às copas elevadas tornam ainda desconhecida grande parte das riquezas faunísticas.

VEGETAÇÃO
A Amazônia é uma das três grandes florestas tropicais do mundo. A hileia amazônica, como a definiu Alexander von Humboldt, possui a aparência, vista de cima, de uma camada contínua de copas, situadas a aproximadamente 50 metros do solo.

Existem três tipos de floresta da Amazônia, as duas últimas formam a Amazônia Brasileira: Florestas montanhosas andinas, florestas de terra firme e florestas fluviais alagadas. A floresta de terra firme, que não difere muito da floresta andina, exceto pela menor densidade, está localizada em planaltos pouco elevados, entre 30 e 200 metros de altitude, e apresenta um solo pobre em nutrientes. Isto forçou uma adaptação das raízes das plantas, que, através de uma associação simbiótica com alguns tipos de fungos, passaram a decompor rapidamente a matéria orgânica depositada no solo, a fim de absorver os nutrientes antes deles serem lixiviados.

A floresta fluvial alagada também apresenta algumas adaptações às condições do ambiente, como raízes respiratórias, que possuem poros que permitem a absorção de oxigênio atmosférico. As áreas localizadas em terrenos baixos e sujeitos a inundações periódicas por águas brancas ou turvas, provenientes de rios de regiões ricas em matéria orgânica, são chamadas de florestas de várzea. E as áreas alagadas por águas escuras, que percorrem terras arenosas e pobres em minerais e que assumem uma coloração escura devido à matéria orgânica presente, são chamadas de florestas de igapó. A oscilação do nível das águas pode chegar a até dez metros de altura.

A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam desta vegetação. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros de altura.

A diversidade de espécies, porém, e a dificuldade de acesso às altas copas, faz com que grande parte da fauna ainda seja desconhecida da comunidade científica. A fauna e flora amazônicas foram descritas no impressionante Flora Brasiliensis, formado por 15 volumes, de Carl von Martius, naturalista austríaco que dedicou boa parte de sua vida à pesquisa da Amazônia, no século XIX.

A Amazônia não é homogênea, ao contrário, ela é formada por um mosaico de habitats bastante distintos. A diversidade de habitats inclui as florestas de transição, as matas secas e matas semidecíduas; matas de bambu (Guadua spp.), campinaranas, enclaves de cerrado, buritizais, florestas inundáveis (igapó e várzea), e a floresta de terra firme.

RIO AMAZONAS
Logo acima, imagem impressionante de satélite sobre o Rio Amazonas, em que ele deságua no Oceano Atlântico. A parte em verde é a cobertura vegetal, composta basicamente por grandes árvores, a parte em azul e azul escuro que atravessa diagonalmente a parte verde é o Rio Amazonas e, finalmente, a parte em azul e preto no canto direito superior da imagem é o Oceano Atlântico. Logo abaixo, Manaus, a capital do estado do Amazonas.

Rio Amazonas é um grande rio sul-americano que nasce na Cordilheira dos Andes, no lago Lauri ou Lauricocha, no Peru e desagua no Oceano Atlântico, junto à Ilha de Marajó, no Brasil. Ao longo de seu percurso, ele recebe os nomes TunguraguaApurímacMarañónUcayali, Amazonas (a partir da junção do rios Marañon e Ucayali, no Peru), Solimões e novamente Amazonas (a partir da junção do rios Solimões e Negro, no Brasil).

Por muito tempo, acreditou-se que o Rio Amazonas fosse o rio mais caudaloso ou volumoso do mundo e o segundo em comprimento, porém pesquisas recentes o apontam também como o rio mais longo do mundo. É o rio com a maior bacia hidrográfica do mundo, ultrapassando os 7.000.000 de km² (quilômetros quadrados), grande parte deles de selva tropical densa.

Ele tem mais de 6.300 quilômetros de comprimento total, desde sua nascente no alto dos Andes até sua foz na costa leste do Brasil. Em seu último trecho de aproximadamente 600 quilômetros o lodo que ele despeja no Oceano Atlântico ganha uma aparência marrom, com um tom meio avermelhado. O Rio Amazonas drena uma área total de 6.000.000 km².

A área coberta por água no Rio Amazonas e seus afluentes mais do que triplica durante as estações do ano. Em média, na estação seca, 110.000 km² estão submersas, enquanto que, na estação das chuvas, essa área chega a ser de 350.000 km². No seu ponto mais largo, atinge, na época seca, 11 km de largura, que se transformam em 45 km na estação das chuvas.

DESMATAMENTO
Infelizmente, imagens de caminhões fazendo transporte clandestino de madeira na região amazônica ainda são comuns. O desmatamento ilegal, fora dos limites estabelecidos pela lei brasileira, neste caso no máximo 20% dentro da região amazônica, é um desafio a ser enfrentado pelas autoridades ambientais e policiais brasileiras, difícil de ser fiscalizado e detido.

O desmatamento é a conversão de áreas florestais para áreas não florestadas. As principais causas de desmatamento na Amazônia são os assentamentos humanos, o desenvolvimento da terra e a extração ilegal de madeira. Antes do início dos anos 1960, o acesso e consequente exploração no interior da floresta era inviável tecnicamente e economicamente e a floresta permaneceu praticamente intacta. Naquela época, as formas de acesso às propriedades ou áreas públicas estavam limitadas, na grande maioria dos casos, à aviação ou navegação fluvial ou navegação por rios.

Entre 1991 e 2000, a área total de floresta perdida na Amazônia subiu de 415.000 km² para 587.000 km², com a maioria da floresta desmatada sendo transformada em pastagens para gado bovino. O curioso é que esses proprietários de terra ou grileiros, dependendo de cada caso, insistiam na produção agropecuária em solo pobre em nutrientes, um contrassenso...

Cerca de 90% das terras desmatadas da região amazônica, desde 1970, tem sido usado para pastagem de gado. Além disso, o Brasil é atualmente o segundo maior produtor mundial de soja depois dos Estados Unidos. O que a princípio seria algo bom, por outro lado tem um efeito negativo no Brasil, o desmatamento ilegal. As supostas necessidades de mais áreas disponíveis para agricultura de soja, por exemplo, dentre outras culturas, têm sido usadas como "argumento" ​​para "validar" uma parte dos projetos de transporte polêmicos que está atualmente em desenvolvimento na Amazônia.

Por exemplo, as duas primeiras rodovias construídas com relativo sucesso na região amazônica abriram a floresta tropical e levaram ao aumento do desmatamento, principalmente nas áreas adjacentes ou próximas das respectivas rodovias.

O ritmo de desmatamento tem diminuído na Amazônia brasileira desde 2004, em parte graças à ação das autoridades ambientais brasileiras, com o auxílio de tecnologias mais avançadas, dentre elas o uso de imagens de satélites para descoberta de atividades suspeitas e o uso de helicópteros para acesso mais ágil às áreas em desmatamento. Mas há quem diga que a redução desse ritmo de desmatamento pode ser também, pelo menos em parte, consequência de dois outros fatos meio óbvios: A percepção de uma parte dos agricultores de que a terra na região amazônica não é adequada para a cultura intensiva ou extensiva de vegetais comestíveis e criação de gado e de que o limite de 20% para desmatamento legal já foi atingido numa parte das propriedades.

As fazendas estabelecidas durante a década de 1960 eram baseadas no cultivo e corte e no método de queimadas. No entanto, os colonos eram incapazes de gerir os seus campos e culturas por causa da rápida perda de fertilidade do solo e a invasão de ervas daninhas. Os solos da Amazônia são naturalmente produtivos por apenas um curto período de tempo, um ou dois anos, no máximo três. A partir de então é necessário grande investimento periódico em fertilização artificial.

Além disso, essa característica faz com que uma parte dos agricultores estejam constantemente mudando-se para novas áreas e desmatando mais florestas. Essas práticas agrícolas irracionais levaram ao desmatamento e causou extensos danos ambientais. O desmatamento é considerável e áreas desmatadas de floresta são visíveis a olho nu a partir do espaço.

Entretanto, segundo relatórios feitos pelo Banco Mundial, uma parte significativa da Floresta Amazônica pode ser perdida nos próximos anos, se uma ação governamental determinada não for realizada. Em 2075, pode restar apenas 5 % de florestas no leste da Amazônia. O processo é resultado de desmatamento, mudanças climáticas e queimadas.

Aliás, até o momento, o Governo Brasileiro e os respectivos governos estaduais e municipais não têm conseguido deter de forma adequada as grandes queimadas e/ou incêndios florestais de áreas naturais protegidas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Norte do Brasil... Todos os anos, sem exceção, vemos, lemos e ouvimos notícias na mídia de grandes reservas ambientais sendo devastadas pelo fogo, principalmente nos meses de baixa umidade, entre junho e setembro...

O Prevfogo - Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais é um órgão público que faz parte da estrutura do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, que, como o próprio nome diz, é responsável pela política de prevenção e combate a incêndios florestais, com atividades de treinamento de produtores rurais e brigadistas e campanhas educativas para a população em geral, para prevenção e combate de queimadas e/ou incêndios florestais.

Esse órgão público também está envolvido nos trabalhos de monitoramento e pesquisa relacionados à preservação de áreas vegetais naturais protegidas por lei. É uma organização séria, focada na prevenção e combate a incêndios florestais, mas sofre com falta de recursos para uma ação mais ampla e efetiva para alcançar seus objetivos e atribuições, com número insuficiente de pessoal e equipamentos envolvidos nos combates, dentre eles aviões projetados para combate a incêndios florestais.

CULTURA (LENDAS)
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Diversas são as lendas relacionadas à Amazônia. O Eldorado, uma cidade cujas construções seriam todas feitas de ouro maciço e cujos tesouros existiriam em quantidades inimagináveis, e o lago Parima (supostamente a Fonte da juventude). Provavelmente estas duas lendas referem-se à existência real do Lago Amaçu, que tinha uma pequena ilha coberta de xisto micáceo, um material que produz forte brilho ao ser iluminado pela luz do sol e que produzia a ilusão de riquezas aos europeus.

GALERIA DE IMAGENS

Logo acima, o sapo dendrobates leucomelas. O desmatamento na Amazônia ameaça muitas espécies de rãs de árvore, que são muito sensíveis às mudanças ambientais. Logo abaixo, o pequeno e tímido macaco-da-noite, que, como o próprio nome diz, tem hábitos noturnos. Ele é uma das 118 espécies de primatas presentes no Brasil, sendo 92 espécies na Amazônia e 24 espécies na Mata Atlântica, este outro importante bioma brasileiro.

VEJA TAMBÉM

REFERÊNCIAS E SUGESTÃO DE LEITURA

  • Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Amazônia
  • Livro Fronteiras da Globalização / Lucia Marina
  • Wikipédia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_primatas_do_Brasil
  • Nova Enciclopédia Ilustrada Folha - Larousse / Cambridge / Oxford e Webster
  • Wikimedia: Imagens

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