MASTITE BOVINA (AGROPECUÁRIA)

MASTITE
MASTITE BOVINA
MASTITE CRÔNICA
MASTITE AGUDA
MASTITE CLÍNICA
MASTITE SUBCLÍNICA
MAMITE

INTRODUÇÃO

Em humanos do sexo feminino, a mastite é uma inflamação dos peitos ou seios na fase de amamentação ou pouco antes do fim dessa fase, causada por contaminação ou infecção por bactérias que se reproduzem rapidamente em um meio rico em nutrientes, as mamas de mulheres em fase de lactação. É comum a mastite em mulheres ser acompanhada de dores e vermelhidão nas mamas, porém a mãe deve procurar imediatamente orientação médica quando sentir ou perceber esses três sintomas, ou pelo menos um deles, pois há doenças diferentes com sintoma ou sintomas semelhantes, como o câncer nos seios, por exemplo.

É possível, embora raro, o surgimento de mastite em mulheres que não estão em fase de lactação, que não estão amamentando.

Em animais do sexo feminino, da classe dos mamíferos, principalmente vacas leiteiras, a mastite também é uma inflamação dos peitos na fase de lactação ou pouco antes do fim dessa fase, também causada por contaminação ou infecção por bactérias no úbere ou a partir do úbere para o restante do peito. No caso da mastite bovina, por exemplo, é mais comum a contaminação pela estreptococos (Streptococcus spp), estafilococos (Staphylococcus spp) e pela Escherichia coli.

A mastite causa o aumento da CCS - Contagem de Células Somáticas, que, como o próprio nome diz, é a contagem ou medida no nível de higiene do leite, o que significa que quanto maior a contagem de células somáticas maior é a sua contaminação, portanto menor é a qualidade do leite, menos saudável ele é, o que, obviamente, tem impacto direto no preço do produto pago pelos laticínios. Na verdade, as células somáticas são aquelas células “do bem”, pois elas fazem parte do sistema imunológico do animal, mas a presença de grande quantidade delas no leite é um sinal de que houve uma grave contaminação por bactérias no organismo do animal.

MASTITE BOVINA

Logo acima, o teste da caneca, uma forma simples para identificar mastite clínica por meio da observação do estado do leite, com pequenos caroços macios brancos ou flocos macios, conhecidos também no meio pecuário como grumos. Logo abaixo, o teste CMT - California Mastitis Test, também é um teste simples e instantâneo, baseado em reagente químico misturado a uma pequena amostra de leite. O resultado é praticamente imediato e, em caso positivo, o leite contaminado deve ser separado dos demais e descartado.

A mastite bovina é uma doença que a afeta a glândula mamária do animal adulto e em estado de lactação ou logo após o período de lactação, quando o bezerro é definitivamente apartado da vaca. Essa doença afeta a qualidade do leite e reduz o volume de leite produzido na propriedade. Pior ainda, se a doença não for tratada o animal corre o risco de perder os peitos, ou seja, perder a capacidade de amamentar o filhote. É uma doença que causa sofrimento físico ao animal e impacta diretamente o bolso do proprietário rural.

Curiosamente, a mastite é uma doença que afeta com mais frequência justamente as vacas das raças leiteiras mais produtivas. Ela é uma inflamação ou infecção provocada por micro-organismos ou germes. Esses agentes infecciosos entram no organismo do animal pela abertura dos tetos, seja pelo contato direto das teteiras da ordenhadeira, pelo contato das mãos do trabalhador rural nos tetos ou quando a vaca simplesmente deita em ambiente insalubre, na mangueira ou curral sujos, por exemplo.

Para quem não sabe, usando uma linguagem simples, os micro-organismos são animais muito pequenos que não conseguimos ver a olho nu, como, por exemplo, fungos, bactérias, vírus e protozoários. Eles são parasitas, ou seja, não conseguem ou não querem produzir seu próprio alimento, o que significa que eles se alimentam de nutrientes presentes nos organismos de suas vítimas, normalmente chamadas de hospedeiros, em muitos casos levando-as à morte após meses ou anos de contaminação ou infecção, inclusive.

De modo geral, veterinários e zootecnistas habilitados no Brasil, seja em trabalho de consultoria diretamente na propriedade ou em programas governamentais ou de entidades privadas de extensão rural (do SENAR, por exemplo), orientam proprietários rurais e/ou funcionários de propriedades rurais a fazer pelo menos uma vez por mês, em cada vaca em fase de lactação, o teste de mastite CMT, para identificar, por meio reagentes químicos, como a solução violeta de bromocresol, por exemplo, a presença e discernir a mastite clínica da mastite sub-clínica. O teste da caneca também é rápido, simples e pode ser realizado durante o trabalho de ordenha, dentro da mangueira de ordenha ou sala de ordenha, no qual o leite apresenta leve coagulação, com pequenos flocos ou grumos. Em caso positivo, o leite contaminado por bactérias deve ser descartado, ou seja, não deve ser entregue ao laticínio.

É possível também perceber sinais de que a vaca está com problema de mastite quando os peitos estão inflamados, quando ela sente dores (percebe-se isto no momento em que ela rejeita temporariamente ou brevemente o seu bezerro, com leves coices ou cabeçadas), quando está com mama avermelhada, ou discreta presença de sangue no leite.

Infelizmente, a mastite bovina é um dos problemas mais comuns na produção leiteira no Brasil, em propriedades rurais de pequeno e médio portes, e, eventualmente, até em propriedades de grande porte, com estrutura mais completa. O leite de vaca é um alimento delicado e rico em nutrientes e as bactérias citadas acima se reproduzem rapidamente neste meio abundante e de temperatura morna. O animal tem um sistema imunológico que combate bactérias, porém em geral não é suficiente para evitar alguns tipos de bactérias mais resistentes, por isto a necessidade da ação humana imediata, com o esgotamento do peito da vaca, seguido da aplicação direta pelo teto do animal de antibiótico produzido em laboratório, principalmente a cefoperazona, por meio de uma delicada seringa não perfurante, produzida em plástico.

TIPOS DE MASTITE

Existem dois tipos conhecidos de mastite bovina convencionados pela comunidade acadêmica até o momento:
  • A mastite subclínica é aquela em que não há sinais aparentes de contaminação do leite e nem de inflamação dos peitos, sendo possível somente identificar  a doença por meio de testes de laboratório;
  • A mastite clínica, conhecida também como mastite aguda, os sinais da doença estão presentes no animal e são fáceis de ser percebidos pelo ordenhador ou produtor rural. Em casos extremos de mastite clínica a vaca sente dor, febre e perda de apetite. O produtor rural e os empregados da propriedade rural precisam ficar atentos aos sinais.

TRATAMENTO

Logo acima, a aplicação de antibiótico pode ser feita por meio de uma seringa e não há necessidade de perfurar os peitos no animal, bastando apenas introduzir o medicamento diretamente pela abertura dos tetos, justamente de onde sai o leite. Logo abaixo, a aplicação preventiva de desinfetante germicida pelo lado de fora” dos tetos da vaca produtora de leite.

A expressão mastite clínica é usada para todo tipo de mastite em que há necessidade de ação imediata do trabalhador rural ou produtor rural para combatê-la, principalmente por meio da aplicação de medicamentos e ação preventiva de higienização dos equipamentos usados nos trabalhos de ordenha e no ambiente em que o animal está inserido, principalmente a mangueira ou sala de ordenha e o terreno próximo. Nesses tempos modernos em que estamos, há também produtos usados para prevenção de mastites por meio de misturas alimentares profiláticas administradas periodicamente na suplementação alimentar, como os produtos da Real H e da Nutriphós, por exemplo, dentre outras.

Já a cefoperazona é um antibiótico de uso tópico, ela é um poderoso antibiótico que combate uma variedade de micro-organismos causadores da matiste clínica, entre eles o Streptococcus agalactiae, o Streptococcus dysgalactiae, o Streptococcus uberis, o Streptococcus pyogenes, o Micrococcus sp, o Escherichia coli, o Staphylococcus aureus (inclusive os produtores de penicilinase), o Staphylococcus epidermidis, o Pseudomonas aeruginosa, o Corynebacterium pyogenes, o Corynebacterium bovis e o Klebsiella sp.

Ela é injetada diretamente na via intramamária do animal. Este antibiótico possui atividade bactericida, eliminando uma variedade de germes gram-positivos e gram-negativos, aeróbios e anaeróbios, causadores de mastites, incluindo o estreptococos, estafilococos e o Escherichia coli. Porém o proprietário rural e/ou  os funcionários da propriedade rural devem obedecer alguns procedimentos padrões para o tratamento de vacas em lactação, incluindo a observação do período de carência, que no caso da cefoperazona é de aproximadamente uma semana, ou seja, após a aplicação do medicamento diretamente pelo teto do animal o leite dessa mesma vaca não deve ser entregue, por aproximadamente uma semana, aos laticínios, para consumo humano.

Consulte um veterinário ou zootecnista antes da aplicação do medicamento, pois a aplicação é bem delicada, seguida de uma leve massagem nos peitos, e não há necessidade de perfurar o peito do animal. A critério do veterinário ou zootecnista, o peito da vaca poderá ser esgotado e o leite descartado nos dias subsequentes à aplicação do medicamento, completando cerca de uma semana de período de carência.

Após o tratamento de aproximadamente uma semana, o leite da vaca tratada estará bom novamente para consumo humano, normalmente, junto com o leite dos demais animais em fase de lactação. Atenção: Na grande maioria dos casos não há necessidade de descartar definitivamente (matar) o animal contaminado em fase de lactação. Portanto, quanto antes for realizado o diagnóstico da mastite clínica, mais chances o animal terá de ser poupado. Os funcionários da fazenda ou sítio devem ser treinados para tratar a mastite clínica imediatamente após o diagnóstico positivo.

A prevenção de mastite, um trabalho consciente, sistemático e preventivo para evitar a mastite, deve ser realizada com a higienização das teteiras, das mangueiras ou salas de ordenha, dos latões / recipientes e dos baldes de leite usados no trabalho de ordenha mecânica ou manual. A higienização diária deve ser realizada imediatamente após o término do trabalho de ordenha mecânica ou manual.

O termo técnico ordenha é usado para descrever o trabalho de tirar o leite da vaca, pela ação direta das mãos humanas sobre os tetos da vaca ou o uso de máquinas que sugam o leite das vacas por meio de teteiras, que são colocadas diretamente nos tetos das vacas. O termo mangueira ou sala de ordenha é usado para descrever o local ou instalação, geralmente coberto e com divisões internas bem definidas em madeira ou aço, usado para ordenhar o gado leiteiro. O piso concretado da mangueira ou sala de ordenha deve ser limpo todos os dias, incluindo o trabalho diário de tirar desejos de vacas de dentro da mangueira.

No caso de ordenha sem bezerro no pé, mais comum em grandes e médias propriedades rurais, outro procedimento padrão de higiene para a ordenha é a imersão dos tetos do animal, após a ordenha, com desinfetante germicida vendido em estabelecimentos agropecuários em geral. Esse procedimento é conhecido dentro da pecuária também pela expressão pós-dipping.

Cuide bem dos seus animais de estimação e/ou do seu rebanho, consulte um veterinário e/ou um zootecnista pelo menos uma vez por ano


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