ATARI INCORPORATED

ATARI INCORPORATED
ATARI CORPORATION
VIDEOGAME ATARI 2600

INTRODUÇÃO

A pioneira Atari Incorporated foi uma grande, inovadora e popular empresa americana criadora, desenvolvedora e fabricante de produtos eletrônicos de consumo residencial para entretenimento virtual, principalmente videogames de primeira e segunda gerações, fundada em 1972 pelo engenheiro eletrônico americano Nolan Bushnell e seu colega, também americano, Ted Dabney. A empresa foi sediada inicialmente em Sunnyvalle, no estado da Califórnia, e, posteriormente, em Nova York, nos Estados Unidos, e no seu auge, nas décadas de 1970 e 1980 chegou a contratar milhares de funcionários para produzir em larga escala o seu principal, mais famoso e desejado produto, o videogame Atari 2600, o sonho de consumo de um grande número de crianças, adolescentes, jovens e até adultos norte-americanos, sul-americanos e europeus.

A empresa foi vendida para a Warner Communications em 1976 que, posteriormente, anos mais tarde, a partir de 1984, passou a vender suas divisões de criação, desenvolvimento e fabricação de produtos eletrônicos, uma a uma, até finalmente vender a própria marca Atari para a empresa francesa Infogrames em 2004.

Atualmente, o bilionário mercado mundial de videogames é servido por grandes fabricantes multinacionais de hardwares e softwares, que disponibilizam aparelhos de sexta geração, com alta capacidade de processamento e impressionante riqueza de detalhes visuais. As principais fabricantes de videogames do planeta são a japonesa Sony Corporation, com o console PlayStation, a americana Microsoft Corporation, com o console Xbox, e o a japonesa Nintendo Company, com o console Wii.

CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

A Atari Incorporated pode ser considerada a primeira grande fabricante de hardwares e softwares de jogos eletrônicos para entretenimento residencial em ambiente virtual. Ela foi criada na década de 1970 e destacou-se no então novo mercado mundial de videogames ao criar, desenvolver e fabricar em larga escala hardwares e softwares para jogos arcade.

Essa pioneira empresa americana começou sua tragetória criando, desenvolvendo e fabricando em larga escala o aparelho eletrônico Pong, uma espécie hardware com a aparência externa de um computador antigo dentro de um gabine de madeira, programado com software de jogo eletrônico.

Em 1975, Nolan Bushnell, comprou uma empresa de engenharia chamada Cyan Engineering para desenvolver um sistema de videogame de nova geração, juntamente com os projetistas Steve Meyer, Joe Decuir e Harold Lee, que trabalharam em um protótipo conhecido como Stella por algum tempo. Diferente das máquinas antigas de jogos eletrônicos que usavam lógica de programação própria e fixa para rodar um pequeno número de jogos, o núcleo do Stella era uma CPU – Central Processing Unit completa, o famoso MOS Technology 6502, em uma versão reduzida para cortar custos, conhecido como 6507

Era um sistema relativamente simples, uma combinação de chips de RAM e E/S, o MOS Technology 6532 e um chip de display e som de design próprio conhecido como TIA, de Television Interface Adaptor. Além desses três componentes eletrônicos, as duas primeiras versões do aparelho eletrônico continham mais um chip, o CMOS padrão de buffer de lógica IC, totalizando quatro chips, sendo assim um protótipo de produto com poucos chips, formando um conjunto barato. Algumas versões posteriores eliminaram o chip de buffer.

O termo chip é usado para definir um circuito eletrônico integrado. É um pequeno pedaço de material semicondutor, geralmente de silício, no qual é gravado pela técnica de dopagem um grande número de componentes eletrônicos, incluindo transistores, resistores e capacitores. Essa combinação de componentes executa uma tarefa específica ou várias tarefas dentro de um contexto de um aparelho eletrônico, sistema ou dispositivo.

O sistema do console Atari 2600 contava com um microprocessador de 1,19 Mhz e 8 bits. A memória RAM do videogame era de apenas 128 bytes, já que o foco era produzir em larga escala e a baixos preços.

Em 1976, a Fairchild Semiconductor liberou seu próprio sistema baseado em CPU – Central Processing Unit, mas o Stella ainda não estava pronto para produção, estava claro que deveria estar pronto antes que outros produtos semelhantes de outros fabricantes chegassem ao mercado. A Atari Incorporated simplesmente não tinha o dinheiro necessário para completar o sistema rapidamente, e, além disso, as vendas de seu primeiro produto de larga escala, o Pong, estavam diminuindo. Então Nolan Bushnell procurou a Warner Communications e vendeu a companhia em 1976 por US$ 28 milhões, com a promessa de que o Stella seria produzido o mais rápido possível.

A chave para o sucesso do aparelho eletrônico de entretenimento foi a contratação de Jay Miner, um desenvolvedor de chip que concentrou vários circuitos em um chip, tornando o TIA um chip único. Uma vez completo e testado, o sistema estava pronto para venda. Na data de lançamento, a criação, o desenvolvimento e os preparativos em geral, incluindo marketing, para a venda em larga escala do novo produto eletrônico para jogos virtuais tinham custado aproximadamente US$ 100 milhões, com payback, ou seja, o tempo para retorno do investimento realizado, relativamente rápido, de apenas alguns anos.

Quando o engenheiro eletrônico Nolan Bushnell vendeu a Atari Incorporated para a Warner Communications, a nova proprietária deu início imediato a um amplo e especializado programa de redução de custos e otimização dos processos produtivos internos da empresa fabricante de produtos eletrônicos para tornar o seu então novo produto em fase de criação e desenvolvimento, o Atari 2600, lançado em 1978, um grande fenômeno de vendas, o que de fato foi realizado a contento na década de 1980, com mais de 30 milhões de unidades fabricadas no total, números extraordinários para a época.

A receita bruta da Atari Incorporated chegou a representar, por alguns anos, cerca de um terço da receita bruta total da gigante companhia americana de mídia Warner Communications. O primeiro console da Atari Incorporated foi o Atari VCS, o Video Computer System, produzido em 1977. Porém seu preço ainda não era popular, em torno de US$ 200 dólares, e uma sucessão de novos consoles foi lançada para tentar estabelecer uma fonte de renda segura para a Atari Incorporated, até que, em 1978, a empresa lançou o Atari 2600, mais acessível, de longe seu maior sucesso e, posteriormente, o ícone da empresa, o seu carro chefe de vendas.

Em 1979, por exemplo, a Atari Incorporated teve uma receita bruta de aproximadamente US$ 200 milhões e lucro de aproximadamente US$ 20 milhões, sendo grande parte desse lucro o resultado direto do sucesso comercial do console Atari 2600 e de seus jogos compatíveis, estes disponíveis para venda separada por meio de cartuchos. Nos anos seguintes, as receitas e os lucros foram bem maiores. Em 1980, por exemplo, a receita foi de aproximadamente US$ 400 milhões, com lucro de aproximadamente US$ 40 milhões.

Nos anos seguintes, novos consoles com mais recursos foram sendo lançados, como, por exemplo, o Atari 5200, o portátil Lynx e o Jaguar, mas nenhum deles conseguiu alcançar os elevados números de vendas do Atari 2600 durante as décadas de 1970 e 1980. Já havia, na década de 1980, centenas de empresas produzindo softwares com jogos para o Atari 2600, entre elas a SEGA, a Coleco, e a Nintendo.

Nos Estados Unidos, as vendas do Atari 2600 começaram a cair em 1984. No Brasil, o Atari 2600 foi fabricado sob licença a partir de 1983 pela Polyvox, uma subsidiária da Gradiente, e continuou como o videogame mais popular e desejado até o final da década de 1980, quando a SEGA entrou no mercado com o Master System. Ainda assim, é possível encontrar até hoje programadores e pequenas empresas produzindo novos jogos compatíveis com o console Atari 2600.

Em 1984, a divisão de fabricação de computadores e videogames da Atari Incorporated foi vendida pela Warner Communications para o empresário polonês e americano Jack Tremiel, dando início assim a uma nova empresa, a Atari Corporation, que por sua vez passou a fabricar o Atari ST, Atari XE, Atari 7800, Atari Lynx e Atari Jaguar. Mas é importante ressaltar que o foco principal desse empresário era a produção de computadores pessoais, os PC's – Personal Computers, e assim, com menos investimentos e menos gente trabalhando em modernizações dos hardwares e dos softwares dos videogames e novos jogos compatíveis, as vendas foram diminuindo.

No início da década de 1990, a Atari Corporation investiu no portátil Lynx, que não teve a mesma aceitação que o concorrente Game Boy, da Nintendo. Em 1993, a Atari Corporation lançou, em parceria com a IBM, o Jaguar, um console de 64 bits, e o mais avançado de seu tempo. Mas a carência de jogos e o alto preço do aparelho fez com que as vendas nunca chegassem aos elevados níveis do Atari 2600, sendo mais tarde eclipsado pela Nintendo com o Nintendo 64, e também pela Sony, com o seu primeiro console, o PlayStation.

Ao longo da década de 1990, a Atari Corporation não conseguiu acompanhar a forte concorrência dos grandes fabricantes no mercado mundial de videogames, o que resultou na venda de suas divisões para diversas empresas de informática, terminando com a venda da própria marca Atari, pela Warner Communications, para a empresa francesa Infogrames em 2004. Desde então, a Infogrames passou a usar o nome e o logotipo original da Atari em seus produtos, e conseguiu produzir alguns jogos de sucesso, como a série Civilization, por exemplo.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

O clássico console Atari 2600 é um aparelho eletrônico para uso doméstico com software instalado para videogame, fabricado em larga escala a partir de 1978 nos Estados Unidos pela Atari Incorporated, e, sob licenciamento no Brasil, a partir de 1983, pela Polyvox, uma subsidiária da então fabricante brasileira de eletroeletrônicos para uso doméstico Gradiente, uma das maiores empresas brasileiras de produtos eletrônicos na época.

Esse aparelho eletrônico é um ícone para os aficionados por jogos eletrônicos nas décadas de 1980 e 1990. Ele faz parte da segunda geração de videogames para uso residencial, foi certamente o mais badalado e foi um dos mais vendidos aparelhos eletrônicos recreativos de uso doméstico na época, com mais de 30 milhões de unidades vendidas em todo o planeta, seja por fabricação própria ou sob licenciamento. Além disso, estima-se que a lista completa de jogos compatíveis com o console Atari 2600 criadas, desenvolvidas e fabricadas pela própria Atari e por terceiros ao longo de todos esses anos é de mais de 900 títulos, a maior da história da indústria eletrônica de videogames.

Na década de 1980, o Atari 2600 foi considerado de forma praticamente unânime o principal e mais inovador produto popular de entretenimento residencial baseado em hardware e software para jogos eletrônicos em ambiente virtual, equipado com dois robustos joysticks conectados por cabos ao console para permitir partidas simultâneas ou alternadas entre os competidores. Um dos fatores para o sucesso do Atari 2600 foi a variedade de jogos disponíveis em cartuchos, lançada a cada ano, o que sustentava o interesse e a disposição dos consumidores em manter o console Atari 2600 e em adquirir novos jogos.

Os melhores, mais badalados e mais vendidos cartuchos (dispositivos complementares, vendidos separadamente, com jogos pré-programados) compatíveis com o Atari 2600 foram o PacMan, o Enduro, o River Raid, o Asteroids, o Frost Bite, o Sea Quest, o Pitfall, o Keystone Kapers, o Frogger e o Freeway. Entre todos esses, o jogo PacMan foi o mais vendido no mundo, com mais de 7 milhões de cópias legalizadas, de fabricação própria e/ou licenciadas para fabricação e venda.

O console Atari 2600 foi projetado por Jay Miner e fabricado em larga escala a partir de 1978 nos Estados Unidos e a partir de 1983 no Brasil. Ele foi considerado em várias partes do mundo um símbolo cultural entre crianças, adolescentes e jovens na década de 1980, foi um fenômeno de vendas no Brasil na década de 1980 e seus jogos permanecem na memória de muitos que viveram a infância, a adolescência e juventude nessa época. Na verdade, o videogame Atari 2600 não era um produto que agradava apenas aos nerds e geeks daquelas duas décadas marcadas pelo florescimento da indústria de produtos eletrônicos para uso doméstico, mercado dominado pelas então novas e modernas TV's coloridas de tubos de raios catódicos, rádios com transistores e pelo utilíssimo telefone fixo, todos esses considerados maravilhas do mundo moderno, na época, é claro.

De modo geral, o videogame tornou-se então, nas décadas de 1980 e 1990, uma das opções de entretenimento residencial de uma parte das famílias brasileiras, principalmente das famílias de classe média, ao lado de outras opções de entretenimento, como o videocassete, o aparelho de som com receptor para rádio FM e toca discos, e a própria TV, já com as várias opções de canais de TV aberta em VHF e UHF.

O videogame Atari 2600 continuou a ser vendido nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia até o início da década de 1990. A última versão licenciada do Atari 2600 a ser lançada foi o KLAX em 1990. O console Atari 2600 também foi muito popular no Brasil de 1983 até o início da década de 1990, período em que era fabricado oficialmente pela Polyvox sob licenciamento da Atari, mas com adaptações para o sistema PAL-M usado no Brasil, ressaltando que o sistema americano é NTSC.

Mas como nada era perfeito, as primeiras versões do Atari 2600 sofriam de um problema de superaquecimento do regulador de tensão da placa principal, fazendo o videogame travar quando em ambientes fechados e sem ar condicionado ligado.

O Atari 2600 foi oficialmente descontinuado da sua linha de produção em 1992 nos Estados Unidos, tornando-se o videogame de maior vida na história de jogos eletrônicos de ambiente virtual dos Estados Unidos, com vida útil de quase 15 anos em um produção contínua, praticamente sem interrupções. Hoje em dia, é comum os grandes fabricantes multinacionais lançarem novas gerações ou versões melhoradas de videogames a cada sete anos, mais ou menos.

O console Atari 2600 e seus velhos e novos jogos são populares entre colecionadores por causa de seu importante papel na história das primeiras gerações dos videogames e na história dos aparelhos eletrônicos de consumo doméstico e também por seu valor nostálgico (no bom sentido) em pessoas que viveram aquela época do início da era moderna do entretenimento virtual. Por isso, muitos clones modernos do Atari 2600 ainda estão no mercado. Um exemplo é o Atari Classics 10-in-1 TV Game produzido pela Jakks Pacific, que simula o console 2600 e inclui versões convertidas de 10 jogos em um joystick parecido com o joystick do Atari, com os cabos adequados para conectar em televisores modernos.

A maioria dos softwares de jogos disponíveis em cartuchos compatíveis com o Atari 2600 usam entre 2 kB e 4 kB, a capacidade máxima do sistema. Jogos maiores foram criados usando uma técnica de programação para troca de ROM, chamado bankswitch. Geralmente esses jogos têm de 8 kB a 16 kB. O primeiro jogo a usar bankswitch foi o Asteroid, com 8 kB, e o Megaboy, com 64 kB, desenvolvido no Brasil pela Dynacom, foi o cartucho de maior capacidade para o Atari 2600, enquanto este ainda era produzido.

No início da década de 1980, um grupo de programadores da Atari Incorporated, entre eles David Crane, Larry Kaplan, Alan Miller e Robert Whitehead, decidiu sair da empresa e fundar sua própria fabricante de hardwares e softwares para videogames, a Actvision.

Isso explica a boa qualidade e criatividade dos jogos criados e desenvolvidos pela Actvision para o Atari 2600, equivalente aos jogos criados e desenvolvidos pela própria Atari Incorporated. A lógica é simples, a Activision tinha programadores que praticamente inventaram o Atari 2600 e conheciam muito bem o hardware e o software. A princípio, a Atari Incorporated não queria essa competição com uma indústria paralela de cartuchos para o Atari 2600, mas, posteriormente, percebeu que, na verdade, a criatividade dos programadores da Actvision estimulava indiretamente as vendas do próprio console Atari 2600. Então, a Atari Incorporated decidiu disciplinar a produção paralela de cartuchos para o videogame Atari 2600, criando royalties.

MERCADO

A indústria mundial de videogames é muito dinâmica, pois trabalha focada em atender os desejos quase insaciáveis de um público jovem e ávido por coisas novas. Para atender o mercado mundial de videogames, para se manterem nesse mercado, as grandes fabricantes, como Sony Corporation e Microsoft Corporation, por exemplo, fazem grandes investimentos em criação, desenvolvimento e fabricação de novas gerações de hardwares e softwares com jogos cada vez mais complexos e completos para satisfazer o apetite do mercado por novidades.

É um mercado gigantesco e bilionário, que movimenta mais de US$ 90 bilhões todos os anos, com o Brasil ocupando a 11ª posição entre os países que mais consomem consoles e softwares de jogos para computadores, tablets e smartphones. Esse mercado não é uma brincadeira, só consegue sobreviver nele os fabricantes que conseguem criar, desenvolver e fabricar produtos de boa qualidade e a preços competitivos. A China e o Estados Unidos são os dois maiores consumidores de produtos relacionados aos jogos eletrônicos em ambiente virtual no planeta, respectivamente.

O console para videogame PlayStation 4, por exemplo, é um aparelho multifuncional, que acumula em um aparelho leve e compacto várias opções de entretenimento e informação. Na prática, ele é uma central multimídia, com a capacidade de fazer a leitura de CD's, DVD's e Blue Rays para o usuário ouvir músicas e assistir filmes, séries, desenhos e outros conteúdos audiovisuais. Ele pode se conectar à Internet e possui entrada USB para áudios e vídeos em formatos MP3, MP4 e WMA.

FICHA TÉCNICA

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS